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Internacional
Terça - 17 de Janeiro de 2006 às 11:32

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A Rússia e a China deixaram claro na terça-feira que não são favoráveis à imposição de sanções, pela Organização das Nações Unidas (ONU), ao Irã por causa do programa nuclear do país e defenderam a realização de mais negociações. Os comentários dos dois países apontam para a falta de acordo entre as potências mundiais a respeito de enviar ou não o caso do programa iraniano para o Conselho de Segurança da ONU e sobre que medidas tomar a respeito da crise.

Horas antes, uma autoridade alemã tinha dito que os países membros do Conselho de Segurança continuavam discordando a respeito da questão. Na segunda-feira, reuniram-se em Londres representantes dos EUA, da Rússia, da China, da Grã-Bretanha, da França e da Alemanha.

O governo norte-americano e seus aliados da União Européia (UE) disseram que as negociações lideradas pelo bloco não haviam conseguido acabar com as suspeitas de que o Irã tenta desenvolver uma bomba atômica, acusações essas negadas pelo país islâmico, e que é hora de o Conselho de Segurança avaliar o caso.

O órgão pode impor sanções diplomáticas e econômicas contra o Irã, mas, para isso, precisaria do consentimento de seus cinco membros permanentes (EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha e França), todos com poder de veto.

"A questão das sanções contra o Irã coloca o carro na frente dos bois. As sanções não são, de forma nenhuma, a melhor maneira de solucionar o problema", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

Segundo o chanceler, anos de sanções internacionais contra o Iraque não haviam ajudado a mudar o comportamento do ex-ditador Saddam Hussein.

A Rússia participa de um projeto de 1 bilhão de dólares para a construção da primeira usina nuclear do Irã.

O presidente russo, Vladimir Putin, deu indícios na segunda-feira de que estava perdendo a paciência com o país islâmico depois de o governo iraniano ter retomado, na semana passada, a pesquisa sobre o desenvolvimento de combustíveis nucleares.

Mas Putin advertiu sobre o perigo de adotar "passos abruptos, errôneos".

DIPLOMACIA EUROPÉIA

Kong Quan, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse que seu país defendia os esforços diplomáticos da UE como uma forma de resolução da crise.

"Achamos que a coisa mais urgente para todos os envolvidos, agora, é continuar tendo paciência e fazer todos os esforços para retomar as negociações entre o UE3 (França, Grã-Bretanha e Alemanha) e o Irã", afirmou.

Nesta terça-feira, o Irã disse estar disposto a retomar o diálogo com os três países da UE.

Na semana passada, a China havia dito que recorrer ao Conselho de Segurança poderia "complicar a questão".



Na terça-feira, a Grã-Bretanha afirmou que ainda pretendia solucionar a crise diplomaticamente.

"Nossa solução ideal é uma solução diplomática. Isso implica que o Irã cumpra suas obrigações internacionais — esse é o teste", disse o primeiro-ministro britânico, Tony Blair.

"Se o Irã quiser apresentar uma solução que signifique passar por esse teste, vamos aceitá-la."

A Grã-Bretanha, a França e a Alemanha colocaram fim a mais de dois anos de negociação como Irã na semana passada depois de os iranianos terem retirado os lacres colocados pela ONU em máquinas de enriquecimento de urânio.




Fonte: EFE

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