Mais cedo, em um rápido pronunciamento ao vivo, o presidente americano, Barack Obama, disse que um acordo estaria "a caminho", mas que ainda não havia sido alcançado pelo Congresso.
O senadores, por outro lado, estariam "muito, muito perto" de chegar a um consenso sobre os impostos, mas permanecem divididos em relação aos corte de gastos.
Na avaliação de especialistas, o efeito "devastador" do "abismo fiscal", entretanto, não será sentido imediatamente, uma vez que, como na maior parte dos países do mundo, o dia 1º de janeiro é feriado nos EUA.
Neste sentido, há uma expectativa de que os congressistas voltem a se reunir nesta terça-feira para as últimas conversas e possíveis votos sobre um acordo conjunto.
Os senadores poderão votar o assunto ainda nesta segunda-feira.
Divergências
O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, disse depois de várias horas de reunião com o líder republicano da Casa, Mitch McConnell, que ainda há muitas divergências entre os dois lados.
McConnell disse que pediu ajuda ao vice-presidente americano, Joe Biden, para tentar resolver o impasse.
A oposição republicana controla a Câmara dos Representantes (equivalente a Câmara dos Deputados), enquanto os democratas comandam o Senado.
Analistas afirmam que, caso não seja evitado, o abismo fiscal poderá levar os EUA de volta à recessão, com efeitos negativos para a economia mundial.
Pressão
Neste fim de semana, o presidente americano, Barack Obama, aumentou a pressão sobre a oposição republicana para que aceite um acordo.
O presidente culpou os republicanos pelo impasse e voltou a dizer que querem proteger as reduções de impostos para os mais ricos.
"Nas próximas 48 horas minha esperança é que se reconheça, a despeito de diferenças partidárias, que nossa prioridade deve ser assegurar que os impostos pagos pela classe média não subam", disse Obama em entrevista transmitida pela TV americana na manhã deste domingo.
O líder da Câmara, John Boehner, rebateu as declarações de Obama e disse que os republicanos fizeram todo o possível para conseguir um acordo.
Origens
O atual impasse tem suas origens em 2011, em uma tentativa fracassada de enfrentar o limite de endividamento do governo e o déficit orçamentário.
Na época, republicanos e democratas concordaram em adiar as difíceis decisões sobre gastos até o fim de 2012 e estabeleceram cortes compulsórios caso não houvesse acordo até 31 de dezembro. A data também marca o fim de isenções de impostos introduzidas no governo de George W. Bush.
Com isso, indivíduos e empresas serão afetados simultaneamente com aumento de impostos e redução em contratos, benefícios e apoio do governo.
Cerca de US$ 607 bilhões em cortes no orçamento e aumento de impostos estão previstos, incluindo cortes na verba da Defesa, mudanças no sistema de saúde para idosos e impostos mais altos para pessoas físicas. Desempregados e pessoas com salários baixos irão perder benefícios.
Lados opostos
Enquanto os republicanos relutam em deixar que os cortes de impostos da era Bush expirem ou que os gastos em defesa sejam reduzidos, os democratas querem manter as medidas temporárias do governo Obama para ajudar desempregados e trabalhadores com baixos salários e evitar cortes profundos em gastos não relacionados à Defesa.
Os democratas dizem que as isenções de impostos da Era Bush devem ser renovadas para os americanos com renda anual de até US$ 250 mil (R$ 500 mil). Os republicanos querem que sejam renovadas para quem tem renda até US$ 400 mil.
Obama disse que, caso não haja acordo e o aumento de impostos entre em vigor, vai apresentar uma lei para cortar os impostos quando o Congresso voltar do recesso, em 4 de janeiro.
Segundo analistas, mesmo que seja fechado um acordo, o impacto sobre o problema original do déficit e do limite de endividamento do governo deve ser pequeno, o que deve levar a uma nova briga política no início de 2013.
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