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Nacional
Terça - 17 de Janeiro de 2006 às 05:30
Por: Rosa Costa

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Brasília - Depois de férias, mesmo com a convocação extraordinária na Câmara dos Deputados, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos reinicia suas atividades nesta terça-feira com um depoimento esperado: o do ex-secretário de Finanças de São José dos Campos e de Campinas, o economista Paulo de Tarso Venceslau.

O ex-petista foi o primeiro a denunciar, em 1997, o esquema de arrecadação de recursos das prefeituras petistas para abastecer o caixa 2 do partido. Em entrevista ao Estado e Jornal da Tarde, Venceslau contou o drama que viveu como secretário, tendo de impedir a investida da Consultoria para Empresas e Municípios (Cpem), patrocinada pelo compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Teixeira.

Segundo o economista, com o aval da cúpula do partido, a empresa era contratada pelas prefeituras sem licitação para fazer um trabalho da competência dos próprios servidores das prefeituras.

Em troca dessa contratação, o PT receberia um percentual sobre o esperado aumento da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Em março de 1995, ele denunciou o esquema ao então presidente do PT, Lula, em carta registrada em cartório.

Lula não deu respostas. Entre as pessoas que sabiam da operação, além de Lula e Roberto Teixeira, Venceslau cita na entrevista o presidente do Sebrae e atual ex-tesoureiro do PT, Paulo Okamoto, o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu (PT-SP), o líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, e os ex-prefeitos Ângela Guadagnin, hoje deputada do PT por São Paulo, e Jacó Bittar.

Roberto Teixeira foi derrotado no Tribunal de Justiça de São Paulo nas vezes em que tentou pedir indenização pela publicação da entrevista do economista. Ele também tentou proibir que os jornais publicassem sua relação de compadrio com Lula, mas não conseguiu.

Gtech - Nesta quarta-feira, o relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) promete pedir o indiciamento de 35 pessoas e 3 empresas no relatório preliminar sobre o suposto pagamento de propina na renovação do contrato das loterias da Caixa Econômica Federal (CEF) com a multinacional Gtech.

Estão na lista o secretário particular do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Ademirson Ariosvaldo da Silva e dois de seus ex-assessores na prefeitura de Ribeirão Preto, Rogério Buratti e Vladimir Poleto. Também é pedido o indiciamento do ex-chefe da assessoria parlamentar da Presidência da República Waldomiro Diniz e, entre outros, de três ex-dirigentes da Caixa: Danilo de Castro, Emílio Carazzai e Sérgio Cutolo.

O presidente da CEF, Jorge Mattoso, também corre o risco de entrar na lista de Garibaldi, que afirma estar fazendo a "última checagem". Os envolvidos são citados pelo suposto envolvimento no crime contra o processo licitatório e, em menor escala, por formação de quadrilha.




Fonte: Agência Estado

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