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Economia
Segunda - 16 de Janeiro de 2006 às 19:21
Por: André Xavier

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O governador Blairo Maggi reuniu-se na tarde desta segunda-feira (16.01) em seu gabinete com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira. O dirigente estava acompanhado de pelo menos 10 presidentes de sindicatos rurais do interior e pediu ao governador que faça gestões junto ao Governo Federal no sentido de tentar afastar a crise nos setores da agricultura e pecuária.

Segundo Homero Pereira, mesmo com a safra recorde de grãos produzidos em Mato Grosso, que deverá ser anunciada em breve, os produtores do estado estão sofrendo perda de rentabilidade por fatores vários. “Vamos apresentar ao governador um diagnóstico da situação de dificuldade da agricultura e pedir que nos ajude e perante o Ministério da Fazenda, da Agricultura e mesmo junto ao presidente da República para a liberação de recursos do Fundo do Centro-Oeste (FCO), por exemplo”, afirmou.

O governador Blairo Maggi confirmou o apoio às reivindicações dos produtores e disse que está disposto até a liderar esse processo de negociações. Segundo o secretário de Estado de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato, o Governo do Estado agendará reuniões com os ministérios da Integração Nacional, Agricultura e Indústria e Comércio, além do Banco do Brasil, para reivindicar o alongamento dos prazos para pagamento das dívidas dos produtores.

Na avaliação de Homero Pereira, o encontro foi positivo porque produtores e Governo do Estado conseguiram pautar uma série de assuntos vitais para a economia do Estado e o governador vai liderar ao lado dos produtores nessas gestões realizando ações conjugadas. “O Governo do Estado não pode fazer tudo, mas pode tomar algumas medidas positivas como o estudo já autorizado pelo governador de redução do ICMS que incide sobre o óleo comestível e tentar compatibilizar as demandas”, revelou.

O presidente destacou que ainda há uma pendência no FCO por parte da União, de R$ 2 bilhões, a serem repassados para Mato Grosso. Homero aposta na liberação desse recurso para tentar superar a crise. Para ele, até a elaboração de estudos no sentido de ampliar os prazos para o pagamento de empréstimos feitos por produtores junto a instituições financeiras para o financiamento da produção é válida. Neste sentido, todas as gestões são válidas.

Homero disse ainda que não tem dúvidas quanto ao apoio do Governo do Estado aos produtores, já que a base econômica de Mato Grosso é a agricultura e a pecuária. “O governador tem consciência disso e sabe que a arrecadação do Governo do Estado depende em grande parte do sucesso desses setores”, observou.

Outros fatores que prejudicam os produtores, segundo ele, é a logística, pois os meios e vias de escoamento são deficitários, o que acaba se refletindo no aumento dos custos do frete e diminuindo ainda mais a margem de ganho dos produtores. Participaram da reunião os secretários Cloves Vettorato (Desenvolvimento Rural) e Waldir Júlio Teis (Sefaz).

Para ele, a crise é do agronegócio, que é responsável por 40% do Produto Interno Bruto (PIB), já tem trazido reflexos preocupantes em razão do câmbio e de outros fatores da política monetária brasileira. “Para se ter idéia, há uma previsão de redução de 40% a 50% de área plantada de algodão, o que vai se refletir diretamente no aumento do desemprego. Há previsões que apontam também para a redução da área plantada de arroz em 55% e isso demonstra que continuará em queda a venda de máquinas agrícolas, de caminhões e outros”, enfatizou.




Fonte: Secom - MT

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