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Internacional
Segunda - 16 de Janeiro de 2006 às 11:17

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O líder palestino Mahmud Abbas afirmou estar disposto a trabalhar com o primeiro-ministro interino de Israel, Ehud Olmert, e anunciou que não concorrerá dentro de três anos a um novo mandato de presidente da Autoridade Palestina. Em uma entrevista concedida aos três principais jornais palestinos, Al-Quds, Al-Ayyam e Al-Hayat al-Jadida, Abbas declarou ainda que a Autoridade Palestina atravessa uma aguda crise financeira e que espera uma ajuda das ricas monarquias do Golfo para superar os problemas.

Com relação a Olmert, que comanda o governo israelense de maneira interina desde a hospitalização de Ariel Sharon no dia 4 de janeiro, Abbas afirmou que o conhece bem por ter negociado com ele no passado.

"Já conversei com ele antes e o conheço bem. Tem suas posições e pontos de vista, mas negociaremos com ele sem idéias preconcebidas" disse o líder palestino.

Também destacou que teve a oportunidade de formar uma opinião sobre Olmert, favorito nas pesquisas para suceder Sharon nas eleições israelenses de 28 de março, sobretudo nas longas discussões que tiveram em novembro, durante a reunião de cúpula euromediterrânea de Barcelona.

"Encontrei-me mais de uma vez com ele em mesas redondas, mas também a sós em Barcelona. Estávamos em quartos vizinhos e nos encontramos várias vezes. Conversamos longamente e sinto que podemos negociar com este homem", opinou.

Em relação ao próprio futuro, Abbas, de 70 anos, afirmou que não pretende concorrer mais uma vez à presidência da Autoridade Palestina dentro de três anos.

"Vou apenas concluir os três anos restantes. É minha opinião e minha posição, vocês verão. Não voltarei a concorrer. É definitivo", garantiu.

"O mandato presidencial é de quatro anos. Poderia concorrer de novo, eu sei, mas posso dizer a vocês desde já que isso não acontecerá", declarou o presidente palestino.

A publicação da entrevista coincide com o primeiro aniversário da eleição de Abbas como presidente da Autoridade Palestina em eleições organizadas após a morte de Yasser Arafat.

Apesar das repetidas promessas, Abbas não conseguiu dar um basta ao caos que reina nos territórios palestinos, sobretudo na Faixa de Gaza, onde vários grupos armados imperam com toda impunidade.

O presidente palestino afirmou na entrevista que determinou aos serviços de segurança a adoção das medidas necessárias para impedir qualquer incidente que possa perturbar as eleições legislativas de 25 de janeiro.

"Os serviços de segurança preparam há quase um mês um plano para proteger as urnas e impedir que homens armados entrem nos locais de votação. Dei instruções claras ao serviço de segurança: nenhum homem armado deve se aproximar das urnas, mesmo se estiver ao lado de uma autoridade".

"Aqueles que tentarem entrar à força serão retirados à força", acrescentou.

Abbas também revelou que as finanças da Autoridade Palestina estão no vermelho e que recebeu promessas de ajuda durante uma viagem recente pelos países do Golfo.

"Estamos atravessando uma crise financeira que nos estrangula, causada pelo desemprego, pois quando damos postos públicos aos desempregados a massa salarial da Autoridade Palestina aumenta e, então, os países doadores cessam sua ajuda", disse.

Os países doadores condicionam a ajuda a reformas estruturais da Autoridade Palestina, sobretudo com pedidos para a redução do número de funcionários públicos.




Fonte: EFE

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