Governo israelense aprova eleições palestinas em Jerusalém

O Conselho de Ministros de Israel aprovou hoje a realização das eleições parlamentares palestinas em Jerusalém oriental, segundo fontes do Poder Executivo. O primeiro-ministro interino, Ehud Olmert, que fez a proposta aprovada por seus colaboradores, afirmou que os candidatos do Movimento Islâmico Hamas não poderão fazer sua campanha eleitoral em Jerusalém "e serão detidos se o fizerem".

Esta decisão é "puramente israelense", afirmou Olmert à passagem das acusações dos setores da direita nacionalista de que se submeteu às pressões dos EUA e da União Européia (UE).

O ministro de Assuntos Exteriores que está deixando o cargo, Silvan Shalom, reagiu afirmando à imprensa que a decisão do Governo "foi um erro grave e perigoso; a linha vermelha foi ultrapassada" pois contradiz os acordos de Oslo (1993), " em que foi estipulado que não poderão participar de eleições palestinas organizações que negam o direito de Israel a existir, como é o caso do Hamas".

Os palestinos residentes em Jerusalém poderão escolher seus representantes na Câmara Legislativa, com sede na cidade cisjordaniana de Ramala, indo a cinco filiais de correio situadas na zona oriental de Jerusalém.

As eleições nacionais de janeiro de 1996 e as presidenciais de janeiro do ano anterior, quando foi escolhido Mahmoud Abbas, líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP) após o falecimento de seu antecessor, Yasser Arafat, foram realizadas da mesma maneira.