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Nacional
Domingo - 15 de Janeiro de 2006 às 07:52

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Rio de Janeiro - Foram seis dias, 29 desfiles, 100 modelos e muita correria e badalação pelo Museu de Arte Moderna (MAM). A décima edição do Fashion Rio terminou hoje com a apresentação de grifes já consagradas e de novos estilistas. A Permanente, de Andrea Saletto, abriu o sábado mostrando um inverno nada tropical, com peças em lã canelada, casacos longos e meias-calça grossas, usadas sob shorts.

Azul, preto, cinza e cáqui foram as cores mais vistas. A Permanente usou rendas e tricôs em saias, mais curtas, e em golas de camisas, e mostrou calças tanto retas quanto do tipo pantalona. Os vestidos vieram estampados. Não foi muito original, mas não está sozinha. Outras marcas que passaram pela passarela da semana de moda repetiram hits de estações passadas, como a faixa marcando a cintura da mulher, deslocada mais para cima, e o cinto fino, usado com vestidos e casacos.

A marca gaúcha Elisa Chanan e a paulista Acqua Studio fizeram sua estréia hoje. O dia teve a apresentação da marca masculina Complexo B, carioquíssima, e do Rio Moda Hype. Em sua quarta edição, a mostra dos novos talentos, que acontece sempre durante o Fashion Rio, teve doze marcas, três das quais fazendo sua estréia. Ontem, desfilaram, a partir das 15 horas: Laços de Fita, Cordel Regional (ambas novatas), Athria Gomes, Charllotte, Koolture e Flesh Beck Crew. As outras seis se apresentaram na sexta-feira.



Tendência para o inverno Os desfiles trouxeram também a tendência para o inverno. Apesar do inverno carioca ser mais quente do que o sul do país, isso significa que as coleções apresentadas aqui devem ser um pouco diferentes das que serão apresentadas a partir de quarta-feira que vem, dia 18, quando começa a São Paulo Fashion Week, algumas tendências devem se comprovar também nas passarelas paulista. A cintura alta veio com tudo e veio para ficar. Há algum tempo o corte “saint-tropez” dominava o guarda-roupa feminino, mas, desde a edição passada, a silhueta vem subindo e está ficando cada vez mais alta, com prova a Santa Ephigênia.

Não adianta reclamar, porque é uma tendência geral da moda, buscar um pouco de elegância e nada melhor do que a cintura no lugar. E, além da cintura alta, ela vem marcada. Ou com cinto de cor diferente do look ou com faixas - florais, listras, folhagens, pássaros.

A estampa também continua no inverno. Claro que deixando de lado os tons fortes, indo mais para o lado meio queimado da cartela de cores, mas elas devem ficar por mais algumas estações. Outra tendência que não saiu das passarelas, foi o volume. Seguindo a linha dessa busca pela sofisticação, as saias aparecem mais amplas. Mas é um volume diferente, adquirido a partir de duas saias, sendo que a saia de baixo deve ser um pouquinho mais comprida do que aquela que vem por cima.

Para os que optarem por um inverno mais sóbrio, a idéia é fazer a diferença nos detalhes. A renda não pode faltar. Ela vem nas laterais das saias, nas manguinhas de princesa ou vazada na região do busto, trazendo um pouco de sensualidade ao inverno. O brilho, que foi o grande hit do verão, também continua, mas assim como a cartela de cores ele vem mais apagado, queimado, apenas nos detalhes.



Destaques Na semana que passou, os privilegiados convidados das três tendas montadas no MAM puderam seguir os passos de modelos que fazem sucesso em todo o mundo. Gisele Bündchen brilhou, pelo terceiro ano consecutivo, no desfile da Colcci. Isabeli Fontana, na Maria Bonita Extra, Raica Oliveira, na TNG, e Caroline Ribeiro, na Victor Dzenk. Giane Albertoni, Marcele Bittar e Jeisa Chiminazzo também pisaram nas passarelas.

Carol Trentini e Cíntia Dicker foram duas das recordistas de desfiles. Considerada a modelo brasileira de maior projeção no exterior atualmente - há mais de um ano ela aparece em todas as edições da revista Vogue América, a mais importante publicação de moda do planeta -, Carol esteve em 18 das 29 exibições. Dezoito aninhos, 1,80 metro e 55 quilos, é das mais altas entre as colegas.

No camarim, de vestido de estilo hippie, sandália rasteira e sem maquiagem, é uma adolescente. No palco do Fashion Rio, o que se vê é uma mulher maravilhosa, que impressiona pelo andar seguro. No ramo há quatro anos, Carol foi o destaque principal em muitos dos desfiles desta edição - a que abre e fecha a exibição, ao lado do estilista -, o que a deixa muito satisfeita. "É muito bom ver este reconhecimento", disse, entre um desfile e outro, na última quinta-feira, sem demonstrar vaidade.

Cíntia, de 19 anos, fez 19 desfiles. Ela tem um centímetro a menos do que Carol e 59 quilos. Garota-propaganda da L´Oréal no exterior, a moça, que deixou a platéia boquiaberta, com seus cabelos ruivos compridos e a expressão suave no rosto, cheio de sardas, está exausta. "A gente é carregada de um lado para o outro o dia inteiro. É duro, mas tem que agüentar", brincou, na quinta-feira. Ela não se intimidou e chegou a dormir por algumas vezes em pleno burburinho do backstage (camarim), nos intervalos. Amigas-irmãs, as duas garotas do interior do Rio Grande do Sul moram juntas em Nova York, onde estão há quase três anos, trabalhando sem parar.



Amadurecimento Eloysa Simão, diretora-geral do Fashion Rio, acha que o projeto chegou a seu formato ideal: alia desfiles, negócios e desenvolvimento de tendências de moda. "Houve um amadurecimento, tanto da moda que se mostra aqui, quanto do evento, e um crescimento do interesse da imprensa estrangeira. Tivemos 55 jornalistas da Europa, Japão e Estados Unidos", comemorou. "Mostramos uma diversidade de linguagens de moda, que tem muito a ver com a cidade do Rio de Janeiro, onde se junta a favela e a Vieira Souto".




Fonte: agencia estado

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