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Cidades/Geral
Sábado - 30 de Novembro de 2013 às 12:57
Por: RODRIGO VARGAS

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Peça-chave da investigação sobre o suposto esquema de grilagem e desvio de verbas na Câmara, o vídeo da reunião na sede da empresa Neox foi feito com a consultoria e os equipamentos de um policial civil que, apenas quatro dias antes, havia sido cedido pelo governo do Estado à prefeitura de Cuiabá. 

Em depoimento ao Gaeco, a empresária Ruth da Silva Dutra atribuiu a ideia de registrar secretamente o encontro ao advogado José Antônio Rosa, que foi o coordenador jurídico da campanha de Mauro Mendes (PSB) à prefeitura. 

Ela afirmou que resolveu procurar Rosa porque o advogado da família, João Batista Beneti, não estava em Cuiabá. Era o dia 4 de outubro e ela havia acabado de saber "que terceiros haviam falsificado a escritura de dois terrenos que tem em condomínio com seu filho". 

Ao tomar conhecimento do assunto, segundo o depoimento, o advogado sugeriu que ela propusesse o encontro com o então presidente da Câmara. 

O motivo, segundo ele, seria a necessidade de constituir uma "prova ou garantia", uma vez que o nome de João Emanuel "não aparecia em lugar nenhum". 

"[José Rosa] apresentou um policial da inteligência, de nome Brandi, para que este fornecesse os equipamentos destinados à gravação. Foi a orientação que a depoente seguiu", diz um trecho do depoimento. 

No dia 3 de outubro, o Diário Oficial publicara um ato de cessão do investigador Wilton Brandi Hohlenwerger Junior, da Polícia Civil, para "exercer suas funções" na prefeitura de Cuiabá. 

O policial, em dois depoimentos ao Gaeco, deu versões conflitantes para explicar o episódio da gravação e a natureza de suas novas atribuições no município (ver matéria). 

No depoimento de Pablo Norberto Dutra Caires, filho de Ruth, a participação de José Rosa e do policial é descrita de forma semelhante. 

"A filmagem foi feita através de botão-câmera, anexado à roupa de sua mãe. O equipamento de filmagem foi instalado por uma pessoa indicada por José Rosa, de nome Brandi. Brandi levou os equipamentos". 

Em entrevista à imprensa na manhã de ontem, Rosa confirmou que sugeriu a gravação da reunião como “forma de salvaguardar o patrimônio dela”. 

“Eu não a conhecia. Apenas a orientei a procurar o Ministério Público ou a Polícia e fazer o que tinha que ser feito”. 





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