De janeiro a novembro deste ano, 181 pessoas que desapareceram em Cuiabá não foram localizadas, segundo levantamento do setor de desaparecidos da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ao todo, o departamento recebeu 719 denúncias de desaparecimento, mas a maioria foi localizada.
De acordo com a chefe do Núcleo de Desaparecidos, Lauriane de Oliveira Lara, o maior número de casos registrados na capital é de adolescentes que brigaram em casa. "Não existe um período mínimo para registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento. A partir do momento em que a vítima foge da rotina e desaparece, imediatamente a família tem que registrar o boletim de ocorrência. Não é preciso esperar 24h, 48h ou 72h para registrar”, analizou.
Lauriane explica que muitos não registram boletim de ocorrência porque imaginam que a denúncia só deve ser feita quando a vítima é sequestrada ou sumiu. Por isso, ela orienta que, logo após perder o contato com o parente, o familiar deve acionar a polícia. "Assim se torna muito mais fácil a localização. Se ele estiver em outro estado, nós temos uma parceria e pedimos para tentar localizá-lo”, afirmou.
Durante o processo de investigação, a polícia analisa os últimos passos do desaparecido. “Fazemos entrevista com a família e isso que vai nos trazer o perfil da vítima, costumes, hábitos, amigos e o ambiente em que ela acostuma frequentar para então se ter noção de onde a pessoa possa ser procurada e localizada”, detalhou.
Esperança
Sem ver a irmã há 50 anos, a dona de casa Ana Oliveira Custódio, que mora no bairro Pedra 90, disse que sonha reencontrá-la e conta que elas perderam contato porque se mudou várias vezes nas últimas décadas. Com o passar do tempo, perdeu a única foto que restava da irmã.
“Sempre eu penso em me encontrar com a minha irmã. Vou aos postos de saúde quando ando de ônibus e procuro também para ver se alguém ao menos a conhece, mas nunca tive nenhuma resposta. Mas, neste novo ano, tenho esperança em ter sorte e a qualquer hora que reencontrá-la ficarei muito feliz”, enfatizou a dona de casa.
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