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Repórter News - reporternews.com.br
Agronegócios
Segunda - 31 de Dezembro de 2012 às 15:00
Por: Marcos Coutinho

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Com a logística de distribuição de combustível "travada" pela falta de investimentos nos últimos anos, sobretudo por parte da Petrobras e da BR Distribuidora, os postos de distribuição em Mato Grosso podem ficar sem gasolina, etanol, álcool hidratado e diesel S 50, segundo apurou o Olhar Direto.
 
"Estamos enfrentando problemas sérios em Mato Grosso por causa do estrangulamento da logística desde o segundo semestre deste ano e a tendência é piorar, a exemplo do que ocorreu em Mato Grosso do Sul", adverte o diretor executivo do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Derivados (Sindipetróleo), Nelson Soares, ao confirmar que "hoje já falta" produtos nos pontos de revenda.

Segundo o líder sindical, uma combinação de fatores distintos é que hoje ‘trava a logística’ e o problema pode se tornar crônico se não houver investimentos na distribuição a curtíssimo prazo.

Mato Grosso, revela Soares, vem registrando níveis de crescimento no consumo de derivados de petróleo muito acima da média nacional, enquanto os investimentos continuam tímidos. e esse é um dos fatores que, de certa forma, ajudam a travar a logística.

“Temos um consumo crescente de 15% a 16% no óleo diesel e acima de 10% no álcool e na gasolina. Na outra ponta, falta investimento na mesma proporção”, pondera o diretor do Sindipetróleo, segundo o qual o consumo em Mato Grosso é 2,5 vezes maior do que a média nacional.

“Mato Grosso consome entre 2% e 3% do volume nacional, mas a nosso crescimento é muito grande para um volume de investimentos muito aquém das nossas necessidades de estocagem “, completa Soares.

Outro fator de estrangulamento, observa o sindicalista mato-grossense, é a elevada importação dos derivados de petróleo registrada nos últimos anos, desde que a Petrobras deixou de garantir metas para a autosuficiência. Atualmente, o Brasil importa mais de 400 mil barris dia.

“Nunca se importou tanto no Brasil e as distribuidoras, que antes tinham uma logística para buscar os combutíveis nas refinarias, hoje têm que buscar nos portos”, relata Nelson Soares ao observar que “isso acaba por aumentar o preço do frete e, consequentemente, dos preços dos produtos. "Hoje temos recorde de importação", complementa.

Outro grave problema se concentra nas mãos da própria Petrobras, que controla mais de 50% da mercado mato-grossense, porque a falta de investimentos da companhia não acompanhou o ritmo de crescimento e a capacidade de estocagem e de tancagem continua praticamente a mesma de 10 anos atrás.

Por causa disso, os postos da bandeira Petrobras serão os primeiros a sentir o problema. "Hoje muitos postos da Petrobras, de modo especial no interior, sentem na carne o problema, porque, além da falta de investimentos, o sistema de cotas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) é perverso com as distribuidoras.

De acordo com Soares, a resolução da ANP editada para regularizar o sistema de cotas acabou por gerar mais confusão e insegurança para o setor.

"Não há uma forma de se fazer cálculos precisos para as cotas. E a ANP já está multando quem pega acima ou abaixo da cota nas refinarias. E como o exercício de cálculo é ainda muito complicado tanto para menos como para mais combustível, vivemos uma situação de incerteza e os distribuidores acabam pagando multas e isso também vai encarecer o produto", pondera.






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