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Internacional
Sexta - 13 de Janeiro de 2006 às 22:43

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San Francisco, EUA - Clarence Ray Allen, 75 anos, prisioneiro mais velho do corredor da morte na Califórnia, que está legalmente cego e quase surdo, pede à Suprema Corte algo que nunca foi feito antes: vetar uma execução porque o condenado chegou a uma idade avançada e está muito doente. O advogado de Clarence atesta que executar um homem velho e decrépito pode ser considerado um castigo cruel e incomum, rejeitado pela Constituição dos Estados Unidos.

O condenado será morto por uma injeção letal, na terça-feira, por ordenar três homicídios enquanto estava preso, e por outro assassinato. Ele está no corredor da morte a mais de 23 anos. Allen, que fará 76 anos na véspera de sua execução, pode ser a segunda pessoa mais velha a ser executada nos Estados Unidos desde que a Suprema Corte permitiu que a pena de morte fosse restituída em 1976. Ele geralmente está numa cadeira de rodas, e já teve que ser ressuscitado após sofrer um ataque cardíaco ano passado, na prisão de San Quentin.

"O espetáculo do Sr. Allen sendo levado de cadeira de rodas para dentro da câmara de morte, impossibilitado de andar e ver quem veio assistir sua execução, viola todos os ideais de decência e não será nada além da imposição de dor e sofrimento", proibida pela Constituição, disse Annette Carnegie, uma das advogadas de Allen.

A Suprema Corte já determinou que é cruel e desnecessário a execução de um doente mental, já que aqueles que são extremamente incapacitados de suas faculdades mentais não estão cientes que serão executados ou qual o motivo, e os condenados que mataram quando eram muito jovens.

Poupar Allen pode abrir uma brecha para que outros detentos enfermos possam sair do corredor da morte. Ao mesmo tempo, alguns advogados de defesa temem que se Allen prevalecer, o Estado pode restringir o direito à apelação contra a pena de morte, para evitar novos casos.

A Suprema Corte dos Estados Unidos se recusou a cancelar a execução de James Hubbard em 2004, 74 anos, apesar de sua declaração de idade avançada e incapacidade mental.



No último mês, no Mississippi, John B. Nixon Sr., 77 anos, se tornou o mais velho detento a ser executado desde que a pena capital foi reinstituída no país. Ele não baseou seus apelos na idade. Allen fez um pedido de misericórdia ao governador Arnold Schwarzenegger, que se recusou a assistir a uma audiência do caso. Nos dois anos de gabinete, Schwarzenegger negou três pedidos de clemência baseados em declarações de inocência, incapacidade mental e bom comportamento a prisão.




Fonte: AP

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