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Para a criança gostar. E amadurecer
Los Angeles - Após o sucesso de Elf, com Will Ferrell, o diretor Jon Favreau procurava o que parecia impossível - uma trama familiar, sobre pais e filhos e o rito de passagem, recheada de efeitos especiais, porque ele tomou gosto pela coisa no pouquinho de material de fantasia que criou para a história do duende perdido em Nova York. Favreau admite que procurava com a certeza de que não iria encontrar. Foi quando lhe caiu às mãos o roteiro com a adaptação do novo livro de Chris Van Allsburg, o autor de Jumanji e O Expresso Polar. “Era exatamente o que buscava!”, ele exclama. Zathura estréia hoje nos cinemas brasileiros. Parte de um jogo, como Jumanji - que saiu em DVD, no caso de você querer comparar os dois filmes.
Começa em família. O pai precisa sair e deixa os três filhos. A garota está no quarto, os meninos, um de 12 e outro de 6, brigam feito cão e gato. Descobrem um jogo. Começam a brincar, de repente são projetados na fantasia. A casa vai parar no espaço, surgem os vilões zórgons e o astronauta que vai salvar o grupo. Mas, espere, o astronauta é... Prepare-se para muitas surpresas. “Foi o que me atraiu na história”, conta Favreau. “Ela lembra os primeiros filmes de Steven Spielberg na Amblin, Contatos Imediatos, ET. Uma situação familiar serve de trampolim para um mergulho no maravilhoso. O espectador se projeta em todas aquelas aventuras fantásticas, mas no fim sabe que tudo precisa se resolver em família e este é o verdadeiro conflito.”
Foi o que também atraiu o ator Tim Robbins, que faz o pai. “Andava louco para fazer um filme familiar, mas não surgia nada muito interessante. Os filmes para crianças atualmente exageram nos efeitos especiais, em detrimento da qualidade da história. Acho que, aqui, temos uma boa história.” E o ator e diretor prossegue: “Para que a fantasia funcione, precisa partir de uma situação verossímil. Uma situação familiar instável, um objetivo que a família tem de descobrir e superar. Zathura tem tudo isso. As primeiras 20 páginas do roteiro são sobre problemas que ocorrem em todas as famílias. Sou pai e sei perfeitamente sobre o que estou falando.”
Um aspecto particularmente atraente para Robbins é o que ele chama de universalidade da ligação da criança com sua imaginação. “É uma situação universal. Na imaginação, estamos indo sempre para outros lugares, mas permanecemos dentro de casa. Imaginamos tudo, histórias de caubóis e índios, de soldados e aventuras no espaço, tudo vivido na segurança do lar. Você consegue pensar numa coisa mais imaginativa do que a idéia da casa lançada ao espaço e que vira um espaço do terror? Você abre uma porta e não tem mais a segurança. O buraco negro está ali, ameaçador. E existem os extraterrestres hostis. Nessa hora, os irmãos precisam se unir. A casa precisa voltar a oferecer segurança. É um processo muito rico de amadurecimento.”
É o que observa o repórter - Zathura não deixa de se inscrever nesta vertente 100% americana, que faz com que o tema da volta para casa seja o mais hollywoodiano de todos (com o da segunda chance). Pense em ...E o Vento Levou, em O Mágico de Oz, ET ou Apollo 13. “É como eu digo - por mais fantasioso que seja o desenvolvimento da história, sua base é real, familiar e isso faz toda a diferença”, diz o diretor Favreau. Ele queria trabalhar com efeitos, mas não queria fazer o filme todo em tecnologia digital. Ao contrário da floresta de King Kong, que é toda virtual, vários (a maioria dos) sets de Zathura foram construídos. “Trabalhamos muito com modelos. Os meus foram filmes que instigaram a minha imaginação, como o velho O Planeta Proibido, de Fred Wilcox, nos anos 1950, ou as ilustrações de Frank Frazetta para a série de livros de John Carter de Marte. Foram as minhas bíblias na infância e permanecem até hoje, na idade adulta.”
Favreau queria atores desconhecidos ou, pelo menos, pouco conhecidos. Testou mais de mil para chegar a John Hutcherson e Jonah Bobo, os dois de Nova York, que fazem os irmãos. A irmã mais velha, Kristen Stewart, atuou em O Quarto do Pânico, com Jodie Foster. “Pode-se ensinar alguém a representar, mas carisma é coisa que a pessoa tem de ter”, Favreau explica. Os garotos lhe transmitiam um sentimento de honestidade, que ele considerava fundamental para os papéis. Hutcherson adorou a experiência. “Seria difícil representar contra um fundo azul, mas com todos aqueles zórgons atrás da gente e as explosões no set, tudo ficou mais verdadeiro. Era só entrar no clima.” Favreau tem dois filhos e muita experiência no tratamento com crianças. Foi pensando neles que fez Zathura. “É o filme que gostaria que meus filhos vissem.” E eles viram? “Não apenas viram, como gostaram”, conta o orgulhoso pai. Resta uma última e delicada questão - um dos temas embutidos em Zathura é a atração maléfica do incesto. Não foi complicado trabalhar o tema num filme para crianças? “O incesto é um fator cultural. Aparece em mais de uma história infantil. É uma questão de como é tratado. O incesto torna Zathura mais complexo. Tenho a impressão de que as crianças poderão crescer com Zathura e ter diferentes percepções do filme, ao longo dos anos.” (O repórter viajou a convite da distribuidora Columbia)
Começa em família. O pai precisa sair e deixa os três filhos. A garota está no quarto, os meninos, um de 12 e outro de 6, brigam feito cão e gato. Descobrem um jogo. Começam a brincar, de repente são projetados na fantasia. A casa vai parar no espaço, surgem os vilões zórgons e o astronauta que vai salvar o grupo. Mas, espere, o astronauta é... Prepare-se para muitas surpresas. “Foi o que me atraiu na história”, conta Favreau. “Ela lembra os primeiros filmes de Steven Spielberg na Amblin, Contatos Imediatos, ET. Uma situação familiar serve de trampolim para um mergulho no maravilhoso. O espectador se projeta em todas aquelas aventuras fantásticas, mas no fim sabe que tudo precisa se resolver em família e este é o verdadeiro conflito.”
Foi o que também atraiu o ator Tim Robbins, que faz o pai. “Andava louco para fazer um filme familiar, mas não surgia nada muito interessante. Os filmes para crianças atualmente exageram nos efeitos especiais, em detrimento da qualidade da história. Acho que, aqui, temos uma boa história.” E o ator e diretor prossegue: “Para que a fantasia funcione, precisa partir de uma situação verossímil. Uma situação familiar instável, um objetivo que a família tem de descobrir e superar. Zathura tem tudo isso. As primeiras 20 páginas do roteiro são sobre problemas que ocorrem em todas as famílias. Sou pai e sei perfeitamente sobre o que estou falando.”
Um aspecto particularmente atraente para Robbins é o que ele chama de universalidade da ligação da criança com sua imaginação. “É uma situação universal. Na imaginação, estamos indo sempre para outros lugares, mas permanecemos dentro de casa. Imaginamos tudo, histórias de caubóis e índios, de soldados e aventuras no espaço, tudo vivido na segurança do lar. Você consegue pensar numa coisa mais imaginativa do que a idéia da casa lançada ao espaço e que vira um espaço do terror? Você abre uma porta e não tem mais a segurança. O buraco negro está ali, ameaçador. E existem os extraterrestres hostis. Nessa hora, os irmãos precisam se unir. A casa precisa voltar a oferecer segurança. É um processo muito rico de amadurecimento.”
É o que observa o repórter - Zathura não deixa de se inscrever nesta vertente 100% americana, que faz com que o tema da volta para casa seja o mais hollywoodiano de todos (com o da segunda chance). Pense em ...E o Vento Levou, em O Mágico de Oz, ET ou Apollo 13. “É como eu digo - por mais fantasioso que seja o desenvolvimento da história, sua base é real, familiar e isso faz toda a diferença”, diz o diretor Favreau. Ele queria trabalhar com efeitos, mas não queria fazer o filme todo em tecnologia digital. Ao contrário da floresta de King Kong, que é toda virtual, vários (a maioria dos) sets de Zathura foram construídos. “Trabalhamos muito com modelos. Os meus foram filmes que instigaram a minha imaginação, como o velho O Planeta Proibido, de Fred Wilcox, nos anos 1950, ou as ilustrações de Frank Frazetta para a série de livros de John Carter de Marte. Foram as minhas bíblias na infância e permanecem até hoje, na idade adulta.”
Favreau queria atores desconhecidos ou, pelo menos, pouco conhecidos. Testou mais de mil para chegar a John Hutcherson e Jonah Bobo, os dois de Nova York, que fazem os irmãos. A irmã mais velha, Kristen Stewart, atuou em O Quarto do Pânico, com Jodie Foster. “Pode-se ensinar alguém a representar, mas carisma é coisa que a pessoa tem de ter”, Favreau explica. Os garotos lhe transmitiam um sentimento de honestidade, que ele considerava fundamental para os papéis. Hutcherson adorou a experiência. “Seria difícil representar contra um fundo azul, mas com todos aqueles zórgons atrás da gente e as explosões no set, tudo ficou mais verdadeiro. Era só entrar no clima.” Favreau tem dois filhos e muita experiência no tratamento com crianças. Foi pensando neles que fez Zathura. “É o filme que gostaria que meus filhos vissem.” E eles viram? “Não apenas viram, como gostaram”, conta o orgulhoso pai. Resta uma última e delicada questão - um dos temas embutidos em Zathura é a atração maléfica do incesto. Não foi complicado trabalhar o tema num filme para crianças? “O incesto é um fator cultural. Aparece em mais de uma história infantil. É uma questão de como é tratado. O incesto torna Zathura mais complexo. Tenho a impressão de que as crianças poderão crescer com Zathura e ter diferentes percepções do filme, ao longo dos anos.” (O repórter viajou a convite da distribuidora Columbia)
Fonte:
Estadão
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/325107/visualizar/
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