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Internacional
Sexta - 13 de Janeiro de 2006 às 15:55

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Islamabad - Explosões registradas nas primeiras horas de hoje, sexta-feira, em uma aldeia paquistanesa resultaram na morte de, pelo menos, 18 pessoas em Damadola, aldeia que fica a 200 quilômetro de Islamabad, capital paquistanesa. Autoridades locais alegaram que a explosão teria sido causada por um míssil disparado através da fronteira com o Afeganistão, mas um deputado local assegurou que o ataque aéreo foi promovido pelos Estados Unidos.

Um funcionário do governo do Afeganistão assegurou que nenhum míssil foi disparado na direção do Paquistão, pelo lado afegão da fronteira. O Exército americano alegou não dispor de nenhuma informação sobre o episódio. Trata-se do segundo ataque em uma semana atribuído aos EUA dentro do Paquistão, com alto número de mortos.

O ministro de Informação do Paquistão, xeque Rashid Ahmed, disse que "seria necessário algum tempo" para determinar quem é o responsável pelas explosões que resultaram nas mortes.

Sob condição de anonimato, um oficial do Exército disse que a casa atacada pertencia a Gul Zaman, um ancião de Bajur. Além dos 18 mortos, pelo menos duas pessoas ficaram feridas.

Em entrevista à Associated Press, moradores da aldeia contaram que "viram um avião de espionagem orientando os caças de combate que atacaram a casa de Gul Zaman". Três imóveis vizinhos também foram destruídos.

Rashid exigiu explicações do governo paquistanês e informou que a população local protagonizará um protesto amanhã. "Nosso povo diz que os americanos fizeram isso. Se for verdade, o Paquistão precisa protestar formalmente contra o governo americano pelo assassinato de pessoas inocentes", disse ele.

No último sábado, um míssil atingiu a casa de um clérigo islâmico em outra aldeia paquistanesa próxima da fronteira afegã. Oito pessoas morreram. Moradores atribuíram o ataque a helicópteros americanos. O governo do Paquistão protestou formalmente contra o Exército dos EUA no Afeganistão. Militares americanos negaram o bombardeio.

O Paquistão, um aliado estratégico da Casa Branca em sua guerra contra o "terrorismo", alega que não permite a ação de soldados americanos e afegãos em seu território.

Acredita-se que grupos como a rede extremista Al-Qaeda, a milícia fundamentalista islâmica Taleban e soldados leais ao renegado senhor da guerra, Gulbuddin Hekmatyar, sejam bastante ativos na fronteira, motivo pelo qual o Exército paquistanês mantém cerca de 70.000 soldados na região.





Fonte: AP

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