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Internacional
Sexta - 13 de Janeiro de 2006 às 08:22

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La Trinitaria, México - O líder zapatista subcomandante Marcos pediu nesta sexta-feira a seus seguidores que se esforcem na luta pela reconstrução do México, com um movimento de ruptura, porque, na sua opinião, o levante armado do EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional), em 1994, foi "insuficiente".

"Precisamos construir outro ´Ya basta´ (lema de 1994), mas não uns separados dos outros. Precisamos unir nossas forças e construir de baixo em todo o país um ´Ya basta´ que seja mais profundo, mais tremendo, mais terrível", assinalou em um encontro com cerca de 600 camponeses durante uma viagem denominada a "outra campanha".

Na pequena comunidade de Nuevo Villaflore, no município de La Trinitaria, próximo à fronteira com a Guatemala, o agora chamado "Delegado Zero" se reuniu com camponeses de organizações que lutam sem armas pela posse da terra há 20 anos.

Com eles, lembrou os 12 dias de combate após o levante armado há 12 anos e disse que os zapatistas se deram conta de que, "até com o terrível que foi a guerra do 94, não foi suficiente", e agora optam pela luta política.

"Precisamos de um movimento que realmente rompa este país, faça-o em pedaços e volte a construi-lo de forma mais equitativa, livre e soberana", disse Marcos, empenhado atualmente em percorrer o país em busca de simpatias para criar uma frente de esquerda, anticapitalista e sem fins eleitorais.

Marcos criticou novamente o Pacto de Chapultepec, o qual classificou de a união dos "grandes poderosos deste país para fazer seu plano de destruição, de roubo, de despojo, de desprezo contra todos nós". O acordo foi assinado em setembro passado por organizações empresariais, acadêmicas e sindicais, às quais se juntou a maior parte dos partidos políticos.

Esse plano, também chamado "Pacto Slim", porque é liderado pelo magnata mexicano Carlos Slim, coloca um acordo nacional para promover o crescimento, o estado de direito, o investimento e o emprego.

O subcomandante Marcos afirmou hoje que o EZLN já pactuou um acordo com organizações populares e camponesas para resistir ao Pacto de Chapultepec "dos ricos e poderosos".

"Aconteça o que acontecer com este grande movimento, nossas organizações já decidiram se juntar e caminhar juntas." O guerrilheiro afirmou ainda que o EZLN estabeleceu alianças com organizações populares independentes, entre eles a Frente Popular Francisco Villa e a Organização Camponesa Emiliano Zapata Independente e Democrática.





Fonte: Agência Estado

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