Ministros divergem sobre mínimo de R$ 350 em março

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e do Planejamento, Paulo Bernardo, divergiram nesta quinta-feira sobre a antecipação do salário mínimo de R$ 350 para março. Para Marinho, não há como conceder o aumento em março, pois isso provocaria um impacto de R$ 2 bilhões nas contas públicas. Já Bernardo acredita que seja possível atender ao pedido, feito pelos sindicalistas em reunião com o governo.

Marinho se reuniu nesta quinta-feira com o relator do Orçamento, deputado Carlito Merss (PT-SC), com o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e descartou a hipótese de reajuste em março. "É impossível. Isso geraria uma ordem de grandeza fora dos padrões", disse Marinho. O ministro também considerou inviável a correção da tabela do Imposto de Renda em 10%, da forma como o Orçamento está previsto.

Paulo Bernardo disse que, apesar de o governo não ter acertado os números ainda acredita que o aumento será viável. Ele afirmou ainda que a decisão ficará a cargo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula se encontra com as centrais sindicais no dia 19 para tomar a decisão final.

"É uma decisão política do presidente, mas ele sempre toma a decisão política levando em conta os números. O custo no Orçamento, o que significa para a Previdência e, principalmente, um reajuste justo para o trabalhador", disse Paulo Bernardo.