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Domingo - 30 de Dezembro de 2012 às 19:56

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Os roubos a bancos no Estado de Mato Grosso caíram 64%. No ano de 2012, Mato Grosso registrou nove ocorrências de roubos a agências bancárias, seis na modalidade “novo cangaço”. Em 2011, as quadrilhas assaltaram 25 bancos, empregando terror em 12 municípios que sofreram com a violência dos ‘cangaceiros modernos’. Em 2010, foram 18 bancos roubados, cinco no estilo novo cangaço.

Nos últimos três anos, 23 agências bancárias de cidades do interior do Estado foram invadidas por quadrilhas fortemente armadas e dezenas de moradores feitos reféns nos ataques conhecidos por “novo cangaço”. O nome remete a ação de bandos armados que no século passado atacavam, saqueavam e espalhavam terror no agreste pernambucano, conhecido como cangaceiros, liderados por Virgulino Ferreira da Silva, o lendário Lampião.

O fenômeno “novo cangaço” começou na década de 90, no nordeste brasileiro, e foi migrando para outras regiões como o Centro Oeste. Durante a ação criminosa, os bandidos sitiam a cidade e usam cidadãos como escudo humano.

Para fazer frente aos crimes, um conjunto de medidas repressivas foi adotado pela Segurança Pública, no combate às quadrilhas especializadas em roubos a bancos. Com isso, a resposta tem sido mais rápida pelas polícias, seja durante o cerco aos bandidos no período de refúgio na mata ou no transcorrer das investigações.

Para o delegado geral da Polícia Judiciária Civil, Anderson Aparecido dos Anjos Garcia, o empenho do Estado e a integração das forças policiais internas e de outros estados do Brasil são pontos importantes na ofensiva aos crimes de roubo a banco. “Estamos falando de organizações criminosas, que atuam nos viés, horizontal, pessoas que agem diretamente nos roubos e vertical aqueles que planejam e financiam. Atuando nessas duas frentes, tanto no nível estratégico como no operacional a tendência é diminuir a força dessas organizações criminosas em nosso Estado”, analisa Garcia.

No campo da investigação, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, tem a identificação de todas as quadrilhas de assaltos a bancos. “Hoje podemos dizer que temos a identificação das quadrilhas, por agência bancária, por cidade, cometida nesses anos anteriores”, afirma o delegado chefe do GCCO, Flávio Henrique Stringueta. “A resposta da polícia tem sido mais rápida também. Nossa inteligência policial tem trabalhado duramente e conseguido identificar as quadrilhas que atuam nessa modalidade aqui em Mato Grosso”, assegura.

Para o delegado, é preciso reconhecer a pronta resposta do Estado aos criminosos de roubo a banco, principalmente por meio da Polícia Militar de Mato Grosso, na caçada aos assaltantes, e no imediatismo da Companhia Integrada de Operações Aéreas (CIOPaer). “Isso tem trazido instabilidade na ação criminosa, o que tem afastado os grupos criminosos daqui do Estado de Mato Grosso”, analisa Stringueta.

A articulação das polícias é um dos aspectos considerado pela Segurança Pública para o êxito da repressão aos criminosos. “A Polícia aprendeu com as ações anteriores e hoje tem conseguido através de um imediatismo combater essas ações e prender esses criminosos e senão no confronto, levar a melhor”, pondera o delegado Flávio Stringueta.

O fortalecimento da inteligência aliada a técnicas aprimoradas de investigação levou a prisão neste ano de um dos criminosos de banco mais procurados do Brasil. O assaltante Lindomar Alves de Almeida, 31 anos, conhecido por “Nenezão”, é responsável ao menos por 20 roubos na modalidade “novo cangaço”, ocorridos nos últimos cinco anos no Estado.

A prisão do criminoso no Estado da Bahia foi fruto de minucioso trabalho de investigação de policiais da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), desenvolvido em seis meses de levantamentos, monitoramento 24 horas e atenção a pequenos detalhes, aparentemente insignificantes. O conjunto de técnicas investigativas levou a exata localização do criminoso, no município de Feira de Santana (BA). Na madrugada do dia 14 de novembro deste ano, Lindomar Alves de Almeida, recebeu voz de prisão da Polícia Civil Baiana, em um quarto de hotel da cidade.

O monitoramento da Polícia Judiciária Civil, por meio do GCCO, também identificou que uma quadrilha inteira, presa no presídio Ferrugem, em Sinop, por tráfico de drogas, foi responsável pelos roubos às agências de Tapurah e Denise, no ano de 2011, e de caixas eletrônicos em Campo Verde. O bando foi preso em Guarantã do Norte pela Delegacia da Polícia Civil. “Eles caíram por tráfico, mas a gente sabe que foram eles que fizeram esses crimes, mas não temos como associar ainda”, disse o delegado Flávio Stringueta.

De acordo com Stringueta, as quadrilhas que agem no ‘novo cangaço’ em Mato Grosso são formadas por bandidos daqui. “Esse ‘novo cangaço’ são feitos por quadrilhas daqui do Estado. Se tiver alguém de fora, são freelancer, pessoas que só vêm para a execução da ação. Agora os mentores são daqui”, finaliza o delegado.

Agências atacadas

Dez bancos sofreram com a ação de quadrilhas armadas no ano de 2012. Em nove ataques os crimes foram consumados e em um o bando não obteve êxito na empreitada criminosa. Tiveram bancos assaltados, na modalidade “novo cangaço” os municípios de: Confresa (09/01/12), Nova Lacerda (08/02/12), Canarana (04/04/12), Campos de Julio (08/08/12), Marcelândia (09/10/12) e Comodoro (30/10/12). As agências das cidades de Cuiabá (Santander 13/04) e Ouro Branco do Sul (Brasil 18/05) foram invadidas na forma de roubo comercial. O banco do município de Querência (Brasil 29/10) foi assaltado no estilo “sapatinho”, quando bandidos tomam refém a família do gerente.

O último registro ocorreu em Cuiabá, no dia 23 de novembro, contra a agência do Santander, do Jardim Industriário, em tentativa de roubo frustrada com a proximidade da polícia. As informações são da assessoria de imprensa





Fonte: LB

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