Cinco mil famílias vivem em áreas de risco em Cuiabá, conforme levantamento da Defesa Civil do município. Segundo o órgão, muitas delas se recusam a sair do local onde moram há cerca de quatro anos e outras não deixam a região porque não têm para onde ir. O excesso de chuvas e consequentes alagamentos têm agravado a situação desses moradores.
Os moradores dessas regiões se cadastraram em programas do governo e aguardam um lugar seguro para morar. Em uma das casas o muro desmoronou durante o período de chuva e ficaram somente os destroços. Dentro da residência há várias rachaduras. Com medo de um novo desabamento, o serralheiro Gildo Peixoto afastou os móveis. No entanto, ele disse que não pretende sair do local. "Não posso sair porque não tenho para onde ir", declarou.
Parte da casa de Francisco Neponuceno também desabou. Em setembro deste ano, ele disse ter informado o município sobre a erosão do barranco. No entanto, nenhuma medida foi tomada. Segundo a Defesa Civil, o que pode ter aumentado o risco de desabamento foi a construção de uma piscina que o morador fez às margens do Córrego do Gambá. "Pode ter sido isso sim e, com isso, levou toda a cobertura da casa e o terreno", avaliou o morador.
Neste ano, a prefeitura de Cuiabá transferiu 800 famílias para residenciais. Quem continua no local confia no improviso e nos casos mais graves a Defesa Civil informou que tem usado, inclusive a força policial para desocupar e interditar as casas. "Eles sabem mais do risco do que nós, porque eles moram aqui. Então, na hora da chuva eles veêm o volume de chuva, mas realmente a resistência é muito grande", disse o coordenador da Defesa Civil da capital, Oscar Amélito.
A orientação do Corpo de Bombeiros é que os moradores não joguem lixo em córregos para não obstruir a água, o que pode aumentar a chance de enchentes. Em caso de alagamento, o recomendado é desligar a energia do impovel. Além disso, deve-se evitar o contato com a água, que pode ter fezes e urina de rato, causando doenças
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