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Internacional
Quinta - 12 de Janeiro de 2006 às 06:53

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O comandante do Exército brasileiro, general Francisco Albuquerque, questionou hoje o laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a morte do general Urano Teixeira da Matta Bacellar, comandante da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah). O IML confirmou hoje que o general, encontrado morto com um tiro na manhã de sábado, no quarto de um hotel de Porto Príncipe, se suicidou.

Brasil indica 2º nome para missão no Haiti Albuquerque disse que as forças armadas e a própria ONU continuam apurando a morte do general e que, inclusive, foi aberto um inquérito para investigar a morte do militar. Ele afirmou que a hipótese de suicídio só será confirmada após a conclusão de todos os exames.

Albuquerque reconhece que a missão no Haiti é muito difícil em razão da desordem social e dos problemas de infra-estrutura e financeiros. Entretanto, o general ressaltou que nunca percebeu nenhum traço depressivo em Bacellar.

"Ontem foram colhidos novos materiais, que deverão ser analisados por diversos laboratórios. Só após esses exames, teremos o laudo final e poderemos concluir se houve ou não suicídio", afirmou Francisco de Albuquerque, responsável pela indicação do general Bacellar ao comando no Haiti.

O corpo do general passou por uma necropsia nesta manhã. "Pela característica do tiro e por não ter sido encontrada nenhuma lesão de defesa no corpo do general, nós concluímos que houve suicídio", afirmou o diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, Laerte Bessa. O resultado da necropsia será encaminhado à Organização das Nações Unidas (ONU) e anexado às investigações.

Bacellar foi enterrado hoje, por volta das 13h20, no Memorial do Carmo, no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro. Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de cerimônia em homenagem ao general. As honras fúnebres começaram às 8h30, na Base Aérea de Brasília. Também participaram da cerimônia o Ministro da Defesa, José Alencar, o Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, e comandantes das Forças Armadas.

Missão Para o comandante do Exército, o Brasil deve se orgulhar de estar à frente da missão de paz no Haiti. "É motivo de orgulho para todos nós, brasileiros, saber que somos líderes de uma missão que não é fácil. E estamos capacitados para continuar cumprindo essa missão", garantiu.

A pedido da Organização das Nações Unidas (ONU), o governo brasileiro indicou dois nomes para substituir o general Bacellar. Na segunda-feira, o Brasil indicou o nome do general José Elito Carvalho de Siqueira, atual comandante da 6ª Região Militar, em Salvador. Depois da cerimônia fúnebre de hoje, o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, informou que o segundo indicado é o general Jeannot Jansen da Silva, vice-chefe do Departamento de Logística do Exército. O novo comandante das tropas militares no Haiti será escolhido pela ONU.

Entrevista O diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, Laerte Bessa, cancelou a entrevista coletiva que iria conceder na cidade. Esta manhã, em entrevista à Globonews, Bessa afirmou que um laudo preliminar do Instituto Médico Legal do Distrito Federal indicava que o general Urano Bacellar cometeu suicídio. Os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa, o Exército e o escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmam que, até o momento, não foram comunicados oficialmente sobre o laudo.




Fonte: Gazeta Mercantil

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