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Economia
Quinta - 12 de Janeiro de 2006 às 06:43

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O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, avalia que o acordo feito hoje entre o governo e os produtores para limitar a R$ 1,05 o preço do álcool na saída da usina deverá resultar em queda nos preços do produto para o consumidor.

Brasília - A reunião entre governo e usineiros terminou em acordo: o preço do álcool hidratado ficará fixo em R$ 1,05 na usina durante o período de entressafra. Além do acordo em torno do preço do álcool, o governo conseguiu ainda dois outros compromissos do setor sucroalcooleiro. São eles a garantia do abastecimento interno e dos compromissos internacionais já firmados; e a antecipação, se necessário, do início da moagem da cana-de-açúcar para o mês de março. Estas medidas visam conter a alta excessiva do preço do álcool.

O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, avalia que o acordo feito hoje entre o governo e os produtores para limitar a R$ 1,05 o preço do álcool na saída da usina deverá resultar em queda nos preços do produto para o consumidor. Ele não quis fazer uma projeção dessa redução porque, segundo ele, o preço varia de Estado para Estado já que o ICMS cobrado sobre o combustível não é uniforme. Mas citou como exemplo Brasília, onde o litro do álcool está sendo vendido por cerca de R$ 1,95 e, segundo ele, deve recuar para algo entre R$ 1,90 e R$ 1,85.

Ao anunciar o acordo em torno do preço, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, lembrou que em 2003 o governo fechou um entendimento com os produtores de álcool de que o litro custaria na entressafra R$ 1,00. Rodrigues disse que de lá para cá foi registrada uma inflação de 20%, mas que o setor aceitava o preço de R$ 1,05 em reconhecimento da importância do etanol para o País e do esforço que o governo tem feito para promover o uso do combustível alternativo.

Rodrigues informou ainda que o acordo prevê um estudo para a formatação de uma política de estocagem de álcool. A idéia é evitar flutuações de preços muito fortes em determinados períodos. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal, disse que o governo vai começar a discutir a possibilidade de conceder financiamento para a formação destes estoques. Não foram estabelecidos, porém, detalhes desse eventual financiamento. Segundo Portugal, o álcool é um produto sujeito a volatilidade de preços na entressafra e, portanto, a formação de estoques seria para garantir uma estabilidade de preços e de abastecimento. O financiamento de estoques é uma das reivindicações dos produtores de álcool.

Tributos

O presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, afirmou que o ministro Palocci disse na reunião com os usineiros que enviará uma proposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para zerar a tarifa de importação do produto, fixada hoje em 20%.

Segundo Carvalho, o ministro não falou quando a proposta será enviada ao presidente. O presidente da Unica mostrou-se confiante de que o setor nacional não perderá mercado com a eliminação da tarifa. "Para o setor não há problema porque temos competitividade", disse Carvalho. Portugal ainda não há data definida para o envio da proposta ao presidente Lula. Segundo ele, o álcool concorrente poderia vir de países como Estados Unidos e África do Sul.




Fonte: Agência Estado

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