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Internacional
Quarta - 11 de Janeiro de 2006 às 19:09

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Madri - O dissidente cubano Oswaldo Payá denunciou que o regime de Fidel Castro, fortalecido pela ajuda econômica da Venezuela, criou um "ambiente de regressão ao estilo stalinista" no que se refere aos direitos humanos em Cuba, em 2005.

Payá, líder do Movimento Cristão de Libertação (MCL) e promotor do "Projeto Varela", participou por telefone, de Cuba, da apresentação, em Madri, de três relatórios de dissidentes cubanos que tratam da deterioração do respeito às liberdades básicas.

Do ato, organizado pela Associação Espanhola Cuba em Transição e a Associação Ibero-Americana pela Liberdade, participou também o poeta e ex-prisioneiro político Raúl Rivero, que falou do aumento dos maus-tratos contra os presos políticos e suas famílias. Payá e Rivero concordaram que o governo de Havana se sentiu "muito mais forte" nestes meses por causa do fornecimento energético, principalmente de petróleo, que recebeu da Venezuela.

Segundo Rivero, graças às "regalias de (o presidente da Venezuela, Hugo) Chávez, a ditadura sente-se muito mais poderosa, muito mais forte (...) e tirou de novo a máscara".

Payá ainda falou que "há um ambiente de regressão, onde o regime se sente apoiado, com mais petróleo, e fecha as portas ao futuro", e constatou que os dissidentes e suas famílias sofrem constantes ameaças de morte por parte de oficiais cubanos.

O líder do MCL destacou que, segundo diversas fontes, é dramática a situação dos mais de 300 presos políticos que há na ilha e assegurou que "o estado de saúde da maior parte deles se deteriorou de forma galopante, devido ao stress, os maus-tratos e a condições verdadeiramente desumanas".

Payá qualificou como "pogroms" as situações vividas nos últimos meses por parentes de dissidentes e deu como exemplo a mulher e a irmã de José Daniel Ferrer, que está preso e é membro do chamado "Grupo dos 75". Segundo Payá, em uma ocasião as duas foram "humilhadas e golpeadas publicamente e tiradas da cidade em uma carreta", e "quando foram denunciar o acontecimento, a polícia disse que recebiam o que mereciam".

Também denunciou que milhares de signatários do "Projeto Varela", que reuniu 25 mil assinaturas em favor de um plebiscito para decidir sobre o modelo político, foram visitados e ameaçados por membros dos comitês de segurança e do Partido Comunista. "Nessas visitas, são ameaçados de morte (...) e dizem a eles que se houver uma mudança (política) não vão vê-la, porque vão ser liquidados", afirmou o dissidente, que pediu aos meios de comunicação ocidentais não se esqueçam dos cubanos, porque estão totalmente "isolados".




Fonte: EFE

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