Retiradas acusações contra 11 de 14 ativistas presos em Hong Kong

Onze dos 14 ativistas que permaneciam detidos por causa dos protestos de dezembro durante a cúpula da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Hong Kong foram libertados depois que as acusações contra ele foram retiradas, segundo a edição de hoje do jornal South China Morning Post.

As três pessoas que continuam detidas e terão de ir a julgamento por "manifestação ilegal" são sul-coreanas e podem ser condenadas a uma pena máxima de cinco anos de prisão.

Estes eram os últimos 14 ativistas (além dos 11 sul-coreanos havia um chinês, um japonês e um taiuanês) que permaneciam detidos desde 17 de dezembro após os protestos contra a OMC em Hong Kong.

O anúncio da retirada de acusações coincidiu com o dia em que os detidos deveriam ser julgados, depois de o Governo chinês se manter firme em continuar o processo apesar das reivindicações de várias organizações e políticos de todo o mundo.

Segundo o jornal South China Morning Post, o chefe executivo de Hong Kong, Donald Tsang, recebeu dois pedidos em que se solicitava a libertação de todos os detidos.

Um deles estava assinado por 38 políticos de todo o mundo, e o outro era assinado por legisladores locais da oposição, favorável à democracia e contrária a Pequim.

Além disso, uma delegação de parlamentares sul-coreanos está em Hong Kong para apoiar os detidos. A Confederação de Sindicatos e a Liga de Camponeses desse país ameaçou enviar mil ativistas a Hong Kong se seus companheiros não fossem libertados.

Na terça-feira, uma delegação de 24 sindicalistas do sudeste da Ásia, Japão e Taiwan reivindicou, em reunião com o secretário permanente de Segurança de Hong Kong, Stanley Yiu-hong, a retirada de todas as acusações contra os ativistas e pediu a criação de uma comissão independente para investigar as detenções e o suposto abuso de poder.

Em 17 de dezembro, 900 manifestantes, em sua maioria camponeses sul-coreanos, foram detidos quando protestavam contra as políticas agrícolas da OMC.