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Cidades/Geral
Quarta - 11 de Janeiro de 2006 às 06:00
Por: Gleid Moreira

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Ao menos 1.700 investigadores da Polícia Civil param por 24 horas, a partir das 8 horas de hoje. Ontem a categoria realizou uma assembléia geral na sede do Sindicato dos Policiais Civis e Agentes Carcerários (Siagespoc), onde os pontos principais discutidos foram a questão salarial; adicional noturno; e publicação das promoções, que deveria ocorrer de três em três anos e segundo o presidente do Sindicato, Cledison Gonçalves, há cinco anos não acontece; além da questão do vale transporte gratuito em ônibus coletivo, que a categoria perdeu o direito no ano passado.

Conforme Cledison, tudo caminha para uma paralisação que será definida na próxima sexta-feira, após um segunda assembléia da categoria. Relatou que os policiais vêm se sentindo desprivilegiados e excluídos, com relação às demais categorias. Disse que enquanto delegados recebem inicialmente R$ 8 mil, um policial em início de carreira recebe R$ 1.270 e pleiteiam pelo menos R$ 2 mil.

Relata que a paralisação é inevitável porque o descontentamento é muito grande em todo o efetivo, que reclama sobre as condições de trabalho, principalmente no interior do Estado. Enquanto a capital vem se estruturando, disse que nos municípios da região Norte, 10 delegacias tiveram de ser fechadas pela falta de efetivo. Enquanto a média deveria ser de 10 homens em cada delegacia, nas pequenas cidades, há apenas um policial.

Outro problema é a constante falta de combustível, de acordo com Cledison. “Não adianta ter carros (se referindo ao grande investimento do governo do Estado em viaturas), se não tem como andarem”. Relatou que armas não é problema, no entanto, falta munição para o efetivo. Os prédios em “péssimas condições”, seria mais um dos agravantes no interior, “além do baixo valor da diárias que chega ao máximo em 30% do necessário aos policias”, relatou.

O Sindicato recebe reclamações também de policiais aposentados, pois segundo Cledison, estariam pagando além do que deveriam. “Eles pagam 11% do salário global para a previdência, mas por lei os inativos deveriam pagar apenas o que excedesse do valor de R$ 2.613”, destacou.

Investigadores reclamam do baixo salário

Ao menos 150 investigadores da Polícia Civil participaram da assembléia ontem no Siagespoc. Reclamando do salário, que segundo eles, estaria muito aquém do necessário, principalmente os do interior, alegam que não dá para sobreviver com o que ganham.

“Uma Coca-Cola em São Félix do Araguaia custa R$ 5. Enquanto um policial que mora na capital gasta os R$ 1.200 que ganha aqui, para comprar as mesmas coisas, lá precisaria de pelo menos R$ 3 mil”, destacou. Justificando o quanto é alto o custo de vida no interior, principalmente na região norte do Estado.

Para que seja legalizada a questão do adicional noturno falta apenas um edital do governo, que segundo Cledison, deveria ter sido publicado em outubro do ano passado e até agora não houve resposta. Destacou que a categoria espera que ao menos a medida seja publicada com data retroativa.




Fonte: Folha do Estado

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