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Decisão iraniana provoca condenação internacional
O governo americano disse estar realizando consultas com seus aliados europeus sobre como responder à decisão do Irã de retomar as pesquisas sobre enriquecimento de urânio.
Um porta-voz da Casa Branca disse que o caso poderá ser remetido para o Conselho de Segurança da ONU, para possíveis sanções contra o governo iraniano.
O correspondente da BBC em Washington Justin Webb diz que o governo do presidente George W. Bush está satisfeito com a indicação da Rússia de que está perdendo a paciência com o Irã.
O governo russo disse estar profundamente decepcionado com a decisão iraniana, o que, segundo uma fonte do governo americano entrevistada pelo jornal The New York Times, é um sinal de irritação por parte de Moscou, tradicional aliado de Teerã na questão.
A mesma fonte disse ao The New York Times que os americanos discutiriam o assunto com os russos nos próximos dias.
Segundo o correspondente da BBC, é improvável que os Estados Unidos tomem alguma atitude até Grã-Bretanha, França e Alemanha discutirem o problema em uma reunião na próxima quinta-feira.
Mesmo se o Conselho de Segurança da ONU não se envolver na polêmica, existe a possibilidade de os Estados Unidos e a Europa adotarem sanções unilaterais contra o país, informa Justin Webb.
Os Estados Unidos temem que o programa nuclear do Irã possa ser usado para a fabricação de bombas atômicas. O governo iraniano nega a acusação, afirmando que quer apenas produzir energia.
Outros países, incluindo o Japão e a Austrália, condenaram a decisão iraniana.
Fim de acordo
A nova crise em torno do programa nuclear iraniano foi detonada depois que o Irã quebrou os lacres da AIEA e reabriu a unidade de pesquisas sobre enriquecimento de urânio de Natanz e em outros dois locais.
Segundo o chefe da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Mohammed El-Baradei, o país tem planos para iniciar enriquecimento de urânio em pequena escala, ignorando esforços internacionais para manter uma suspensão do seu programa nuclear.
O rompimento dos lacres, feito sob a supervisão de inspetores da AIEA, encerrou um acordo que durava dois anos entre o país e a agência da ONU, que previa a suspensão de pesquisas nessas área.
Segundo o governo do Irã, o país fechou um acordo com a agência para a retirada supervisionada dos lacres, o que foi confirmado por representantes da organização.
No entanto, nenhum dos dois lados deixou claro exatamente o que foi acertado nem que tipo de pesquisa o país levará adiante na planta de Natanz.
Apesar de o processo estar ocorrendo sob a supervisão da AIEA, a agência ainda mantém a postura de que o ideal é que o país simplesmente abandone suas pretensões de pesquisa na área de enriquecimento de urânio.
El Baradei havia afirmado na segunda-feira que o mundo está "perdendo a paciência com o Irã".
O ministro do Exterior britânico, Jack Straw, também divulgou uma declaração condenando a decisão iraniana, afirmando que a reabertura de Natanz é "outra violação das resoluções da diretoria da AIEA, e também do Acordo de Paris, que o Irã assinou junto com a Grã-Bretanha, França e Alemanha, em novembro de 2004".
"Não há uma boa razão para o Irã ter tomado esta medida se suas intenções são realmente pacíficas e se o país queria apaziguar as preocupações internacionais", disse Straw.
A porta-voz de Javier Solana, chefe de Política Internacional da União Européia, disse que a ação de Teerã está sendo considerada uma “violação” de acordos firmados com o país. “Esse foi um passo na direção errada”, disse Cristina Gallach, a porta-voz de Solana.
O presidente francês, Jacques Chirac, afirmou que o Irã, assim como a Coréia do Norte, tem o direito de explorar combustíveis nucleares para fins pacíficos.
O governo iraniano insiste que está retomando apenas atividades de pesquisa, mas os países ocidentais vinham exigindo há meses na suspensão de todas as atividades nucleares no país.
Desunião
O Irã já tinha retomado a conversão de urânio, um dos primeiros estágios da produção de combustível nuclear, em agosto, depois que as negociações com a União Européia chegaram a um impasse.
Teme-se que o país esteja cada vez mais próximo de poder fabricar uma bomba nuclear. A única etapa que faltaria é o processo de enriquecimento de urânio.
Analistas dizem que o Irã vem conseguindo enfrentar a resistência contra o seu programa nuclear graças à desunião da comunidade internacional, que não consegue chegar a um acordo sobre o tom a ser adotado nas negociações com o país.
Além disso, os iranianos têm a seu favor o fato que uma intervenção militar no país é bastante improvável enquanto a situação no Iraque permanecer instável.
Um porta-voz da Casa Branca disse que o caso poderá ser remetido para o Conselho de Segurança da ONU, para possíveis sanções contra o governo iraniano.
O correspondente da BBC em Washington Justin Webb diz que o governo do presidente George W. Bush está satisfeito com a indicação da Rússia de que está perdendo a paciência com o Irã.
O governo russo disse estar profundamente decepcionado com a decisão iraniana, o que, segundo uma fonte do governo americano entrevistada pelo jornal The New York Times, é um sinal de irritação por parte de Moscou, tradicional aliado de Teerã na questão.
A mesma fonte disse ao The New York Times que os americanos discutiriam o assunto com os russos nos próximos dias.
Segundo o correspondente da BBC, é improvável que os Estados Unidos tomem alguma atitude até Grã-Bretanha, França e Alemanha discutirem o problema em uma reunião na próxima quinta-feira.
Mesmo se o Conselho de Segurança da ONU não se envolver na polêmica, existe a possibilidade de os Estados Unidos e a Europa adotarem sanções unilaterais contra o país, informa Justin Webb.
Os Estados Unidos temem que o programa nuclear do Irã possa ser usado para a fabricação de bombas atômicas. O governo iraniano nega a acusação, afirmando que quer apenas produzir energia.
Outros países, incluindo o Japão e a Austrália, condenaram a decisão iraniana.
Fim de acordo
A nova crise em torno do programa nuclear iraniano foi detonada depois que o Irã quebrou os lacres da AIEA e reabriu a unidade de pesquisas sobre enriquecimento de urânio de Natanz e em outros dois locais.
Segundo o chefe da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Mohammed El-Baradei, o país tem planos para iniciar enriquecimento de urânio em pequena escala, ignorando esforços internacionais para manter uma suspensão do seu programa nuclear.
O rompimento dos lacres, feito sob a supervisão de inspetores da AIEA, encerrou um acordo que durava dois anos entre o país e a agência da ONU, que previa a suspensão de pesquisas nessas área.
Segundo o governo do Irã, o país fechou um acordo com a agência para a retirada supervisionada dos lacres, o que foi confirmado por representantes da organização.
No entanto, nenhum dos dois lados deixou claro exatamente o que foi acertado nem que tipo de pesquisa o país levará adiante na planta de Natanz.
Apesar de o processo estar ocorrendo sob a supervisão da AIEA, a agência ainda mantém a postura de que o ideal é que o país simplesmente abandone suas pretensões de pesquisa na área de enriquecimento de urânio.
El Baradei havia afirmado na segunda-feira que o mundo está "perdendo a paciência com o Irã".
O ministro do Exterior britânico, Jack Straw, também divulgou uma declaração condenando a decisão iraniana, afirmando que a reabertura de Natanz é "outra violação das resoluções da diretoria da AIEA, e também do Acordo de Paris, que o Irã assinou junto com a Grã-Bretanha, França e Alemanha, em novembro de 2004".
"Não há uma boa razão para o Irã ter tomado esta medida se suas intenções são realmente pacíficas e se o país queria apaziguar as preocupações internacionais", disse Straw.
A porta-voz de Javier Solana, chefe de Política Internacional da União Européia, disse que a ação de Teerã está sendo considerada uma “violação” de acordos firmados com o país. “Esse foi um passo na direção errada”, disse Cristina Gallach, a porta-voz de Solana.
O presidente francês, Jacques Chirac, afirmou que o Irã, assim como a Coréia do Norte, tem o direito de explorar combustíveis nucleares para fins pacíficos.
O governo iraniano insiste que está retomando apenas atividades de pesquisa, mas os países ocidentais vinham exigindo há meses na suspensão de todas as atividades nucleares no país.
Desunião
O Irã já tinha retomado a conversão de urânio, um dos primeiros estágios da produção de combustível nuclear, em agosto, depois que as negociações com a União Européia chegaram a um impasse.
Teme-se que o país esteja cada vez mais próximo de poder fabricar uma bomba nuclear. A única etapa que faltaria é o processo de enriquecimento de urânio.
Analistas dizem que o Irã vem conseguindo enfrentar a resistência contra o seu programa nuclear graças à desunião da comunidade internacional, que não consegue chegar a um acordo sobre o tom a ser adotado nas negociações com o país.
Além disso, os iranianos têm a seu favor o fato que uma intervenção militar no país é bastante improvável enquanto a situação no Iraque permanecer instável.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/325998/visualizar/
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