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Internacional
Sábado - 29 de Dezembro de 2012 às 20:22

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A Rússia ainda acredita em uma solução política para resolver o conflito na Síria, mas admite que é impossível convencer o presidente Bashar al-Assad a abandonar o poder.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, se reuniu em Moscou com o emissário da ONU e da Liga Árabe, Lakhar Brahimi, para tentar buscar uma solução negociada ao conflito sírio, que em 21 meses deixou mais de 45.000 mortos. Após o encontro Lavrov disse que ambos são "unânimes em dizer que as chances de uma solução política ainda existem" para acabar com o conflito que deixou 45.000 mortos em 21 meses.

Para Brahimi, a Síria só pode escolher entre "inferno ou o processo político". Assim, exigiu que a comunidade internacional trabalhe incansavelmente para encontrar uma solução negociada.

Lavrov ressaltou, entretanto, que é impossível convencer o presidente Assad a deixar o poder, como exigem muitos países ocidentais e árabes, como o Egito, que considerou neste sábado que o regime atual "não tem lugar" na futura Síria.

No entanto, Lavrov reconheceu que Assad permanece aferrado ao poder.

"Assad repete tanto em público como de modo privado que não pretende ir a lugar algum, que vai permanecer no seu posto até o final", recordou, antes de admitir que "não parece possível que mude de posição".

Brahimi advertiu que a crise humanitária na Síria se agravará caso a capital Damasco vire um campo de batalha.

"Se a alternativa é o inferno ou o processo político, todos temos que trabalhar incansavelmente a favor do processo político", disse Brahimi.

A Rússia, única grande potência a ainda manter relações estreitas com Damasco, bloqueou até agora com a China todos os projetos de resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando o presidente Assad.

Mas Moscou tem se distanciado de Damasco e parece se preparar para a era pós-Assad. O presidente Vladimir Putin declarou na semana passada que a família Assad está "no poder há 40 anos" e que mudanças são, "sem dúvida alguma, necessárias".

Lavrov se disse "surpreso" com a decisão da Coalizão opositora síria de rejeitar seu convite para negociar. Esta não aceitou na sexta-feira essa iniciativa, exigindo um pedido de perdão da Rússia por sua posição no conflito.

No campo de batalha, os combates continuavam sem trégua.

Na província de Idleb (noroeste), os rebeldes lançaram um ataque contra o campo militar de Hamidiyeh, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Combates eclodiram entre o Exército e os insurgentes neste campo, onde fortes explosões foram ouvidas, de acordo com esta ONG que se baseia em uma ampla rede de militantes e médicos.

Hamidiyeh está situada dois quilômetros ao sul de Wadi Deif, uma das últimas bases militares ainda nas mãos do Exército regular no norte do país.

Neste sábado, vários grupos rebeldes atacaram Wadi Deif com morteiros e as forças do regime responderam com ataques aéreos nas imediações da base, segundo a ONG.

Ainda no norte, aviões bombardearam as imediações do aeroporto militar de Menagh, situado 30 km a noroeste de Aleppo. Os rebeldes haviam entrado na quinta-feira no aeroporto e violentos combates foram travados, de acordo com o OSDH.

Os rebeldes tentam desde agosto tomar esse aeroporto, de onde decolam os helicópteros e os aviões que efetuam ataques a Aleppo.

Mais ao sul, o Exército sírio recuperou um bairro de Homs, maior cidade do centro do país assolada por uma grave crise humanitária em razão do cerco imposto a vários setores, segundo o OSDH.

No fim da noite, a ONG, citando informações não confirmadas, indicou dezenas de mortos em Deir Baalbeh depois da intervenção do Exército.

Pelo menos 153 pessoas -- 76 civis, 26 rebeldes e 51 soldados -- morreram neste sábado em episódios de violência, segundo uma contagem provisória do OSDH.





Fonte: Terra

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