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Internacional
Terça - 10 de Janeiro de 2006 às 11:51

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O coronel da reserva do Exército Osvério Ferreira Motta, 63, afirmou nesta segunda-feira que o general Urano Bacellar, 58, apresentava crises de depressão quando ainda era pára-quedista, na década de 70, e freqüentemente falava na intenção de cometer suicídio. Bacellar, que comandava as tropas de paz da ONU no Haiti, foi encontrado morto sábado passado em Porto Príncipe, com um tiro na boca. As invetigações da ONU e do governo brasileiro, ainda não concluídas, apontam para a hipótese de suicídio. O corpo de Bacellar deve chegar hoje de manhã à Base Aérea de Brasília. O enterro do general está previsto para amanhã no Rio de Janeiro.

Motta e Bacelar atuaram juntos durante cerca de seis anos na Brigada Pára-Quedista, no Rio, e chegaram a combater guerrilheiros no Araguaia. Classificando o ex-colega de "reflexivo e intelectualizado", Ovério Motta constantemente contestava os métodos e ações de combate aos opositores do regime militar.

"Ele sempre falou que ia se matar e entrou muitas vezes em depressão. Eu chegava para o café da manhã, perguntava o que estava acontecendo e ele me dizia: 'Estou triste hoje. Não estou entendendo mais nada. Isso aqui não tem razão de ser'", afirmou o militar reformado.

Contatado pela Folha, o Centro de Comunicação Social do Exército informou inicialmente que não há registro de histórico de depressão de Bacellar.

Apesar do testemunho de Motta, o general reformado Paulo Assis, que chefiou Urano Bacellar nas operações da década de 70, diz que nunca viu indícios de que ele teria tendências depressivas. Assis declarou que ficará "abismado" caso efetivamente se comprove a tese de suicídio.




Fonte: EFE

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