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Internacional
Segunda - 09 de Janeiro de 2006 às 12:24

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Seis dos países mais poluidores do mundo reúnem-se em Sydney nesta semana para defender a adoção de tecnologias de energia limpa como uma via de combate às mudanças climáticas sem o sacrifício do crescimento econômico. Estados Unidos, Japão, China, Índia, Austrália e Coréia do Sul realizarão o primeiro encontro da Parceria Ásia-Pacífico para o Desenvolvimento Limpo e o Clima — um pacto que, segundo afirmam, complementa o Protocolo de Kyoto.

Mas, diferente do que acontece no caso do protocolo, os seis países não fixarão metas para cortar as emissões de gases do efeito estufa e, segundo alguns analistas, qualquer medida adotada por eles deve ser vaga.

Autoridades disseram à Reuters que a parceria pretende criar um fundo para ajudar a desenvolver tecnologias de energia limpa. A Austrália, por exemplo, doaria inicialmente 75 milhões de dólares para dar início a esses programas.

Os países presentes em Sydney também devem tentar atrair apoio da iniciativa privada para o desenvolvimento de tecnologias como a do carvão limpo e da energia renovável.

Algumas das maiores companhias do mundo, entre as quais a BHP Billiton e a ExxonMobil, vão participar dos dois dias de reuniões.

"Trata-se de um encontro de peso político e empresarial suficiente para mudar as coisas", disse o ministro australiano da Indústria, Ian Macfarlane.

Mas o ministro do Meio Ambiente do país, Ian Campbell, avisou que o primeiro encontro não apresentaria nenhuma revolução.

"Acho que, ao final, o teste para o sucesso desta parceria acontecerá daqui a alguns anos e girará em torno de saber se conseguimos ou não salvar o clima", disse Campbell.

"ACORDO PARA NÃO FAZER NADA"

Segundo ativistas do meio ambiente, a parceria apenas serve aos interesses dos países industrializados.

"Como se esperaria de um pacto selado entre os seis maiores usuários e exportadores de carvão do mundo, esse parece ser um pacto para não fazer nada", disse Catherine Fitzpatrick, porta-voz do grupo Greenpeace.

Dados divulgados pela parceria afirmam que os seis países presentes em Sydney respondem por 45 por cento da população mundial, 48 por cento da emissão de gases do efeito estufa e 48 por cento do consumo de energia.

Analistas e grupos ambientalistas acreditam que a tecnologia envolvida no carvão limpo, que usa vários métodos para diminuir a emissão de gases como o dióxido de carbono, será um ponto central da parceria.

Quatro dos seis membros da parceria dependem bastante do carvão para obter energia. A Agência Internacional de Energia prevê um aumento de 43 por cento no uso de carvão entre 2000 e 2020.

A Austrália, por exemplo, gera a maior parte de sua eletricidade por meio de usinas de energia alimentadas por carvão.

CADA VEZ MAIS QUENTE

Um painel de cientistas que presta serviços à Organização das Nações Unidas (ONU) disse que as temperaturas mundiais devem subir entre 1,4 e 5,8 graus Celsius até 2100, provocando mais enchentes e secas, derretendo as calotas polares e levando milhares de espécies à extinção.

Os EUA e a Austrália são os únicos países desenvolvidos que não assinaram o Protocolo de Kyoto. O documento, em vigor desde fevereiro, obriga cerca de 40 países industrializados a cortar suas emissões de gases do efeito estufa, entre 2008 e 2012, para 5,2 por cento abaixo dos níveis registrados em 1990.

Os governos norte-americano e australiano disseram que o acordo pode prejudicar o crescimento econômico e exigem que os países em desenvolvimento também adotem metas de corte.

A China e a Índia ratificaram Kyoto, mas, como não são países desenvolvidos, não terão de fazer cortes.

O governo chinês afirmou que o novo pacto não ameaçaria o protocolo.




Fonte: Reuters

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