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Líder democrático aparece como única alternativa a Lukashenko
O líder da oposição democrática bielo-russa, Alexandr Milinkievich, disse hoje à EFE que seu país deixará de ser "a última ditadura da Europa" se ele vencer o presidente, Alexandr Lukashenko, nas eleições de março.
"Os bielo-russos estão cansados de viver com medo. A maioria quer uma mudança. Do contrário, seguiremos o caminho de Cuba e da Coréia do Norte", disse à EFE Milinkievich, ativista político e formado em física.
Milinkievich, de 58 anos, o primeiro líder da oposição bielo-russa que reúne todas as formações democráticas desde a independência (1991), é visto pelo Ocidente como a única alternativa ao "autoritário" Lukashenko, no poder desde 1994.
"Lukashenko instaurou um sistema totalitário, dividiu o país entre bons e maus, e nos isolou do resto da Europa e do mundo", afirma.
Embora a convocação das eleições presidenciais para 19 de março tenha reduzido muito as opções da oposição, segundo os observadores, Milinkievich não perde a esperança de derrotar Lukashenko nas urnas.
"O apoio eleitoral a minha candidatura aumentou 9% em cada mês desde minha eleição em outubro, por isso Lukashenko antecipou o pleito. Se as eleições fossem limpas, não há dúvida de que eu ganharia", ressalta.
Já que não dispõe de espaço publicitário na televisão nem na imprensa, controladas pelo Governo, Milinkievich dedicará as próximas semanas a explicar seu programa eleitoral "porta a porta".
Em caso de "falsificação" dos resultados eleitorais, como ocorreu em ocasiões anteriores, Milinkievich disse à EFE que seguirá o caminho traçado pela Geórgia (2003) e pela Ucrânia (2004).
"Tomaremos as ruas por dignidade. Será a ''Revolução do Espírito'', já que é necessário um espírito muito forte para vencer o medo que Lukashenko impôs em Belarus", disse.
O dirigente opositor manifestou sua admiração pelo líder da "Revolução de Veludo" na antiga Tchecoslováquia, Vaclav Havel, com quem se reuniu em outubro em sua primeira viagem ao exterior.
No entanto, ressaltou que Lukashenko não cederá o poder "de bom grado" e não descartou que ele vá recorrer às forças de segurança e à temida KGB para reprimir os protestos.
Milinkievich pediu apoio à União Européia e aos Estados Unidos com o fim de recuperar a Belarus para a causa da democracia, mas se manifestou contra sanções políticas ou econômicas, já que "a vítima sempre é o povo".
Contudo, negou que seja o "candidato do Ocidente", já que "sua prioridade é defender os direitos dos quase dez milhões de bielo-russos e instaurar uma política de neutralidade".
O líder opositor promete mudar o país, cancelando os planos de união estatal com a Rússia, retomando os planos de privatização do setor público e promovendo a identidade nacional bielo-russa, anestesiada pelo rusófilo Lukashenko.
Em relação a Moscou, o dirigente opositor qualificou de "presente de Natal" a assinatura no final de 2005 de um contrato entre Belarus e a corporação russa Gazprom para a provisão de gás a um preço subvencionado de US$ 46 por cada mil metros cúbicos.
Além disso, Milinkievich tem intenção de restabelecer os laços de amizade com a Polônia e a Ucrânia, e facilitar o caminho para uma futura integração no Conselho da Europa, já que é o único país do continente que não é membro deste organismo.
Os defensores de Lukashenko afirmam que o antigo diretor de uma fazenda coletiva foi o único dirigente das ex-repúblicas soviéticas, incluindo a Rússia, que impediu o saque das propriedades do Estado.
Embora reconheça este mérito, Milinkievich acusa Lukashenko de se transformar em "dono absoluto do país" e de transformar uma das repúblicas mais ricas da URSS em um "país estagnado".
"Temos dez anos de atraso. Em Belarus desapareceu a pequena e média empresa, e mal há investimento estrangeiro, a não ser da Rússia", denuncia.
Segundo as pesquisas independentes, Lukashenko tem mais de 50% das intenções de voto, enquanto Milinkievich beira o 15%.
Lukashenko, que mantém uma disputa com os Estados Unidos e a UE, conta com o apoio dos camponeses e idosos, que recebem pontualmente suas aposentadorias.
O descontentamento contra o presidente bielo-russo se concentra na capital, Minsk, e a parte meridional e ocidental do país, divisas com as católicas Polônia e Lituânia.
Milinkievich, de 58 anos, o primeiro líder da oposição bielo-russa que reúne todas as formações democráticas desde a independência (1991), é visto pelo Ocidente como a única alternativa ao "autoritário" Lukashenko, no poder desde 1994.
"Lukashenko instaurou um sistema totalitário, dividiu o país entre bons e maus, e nos isolou do resto da Europa e do mundo", afirma.
Embora a convocação das eleições presidenciais para 19 de março tenha reduzido muito as opções da oposição, segundo os observadores, Milinkievich não perde a esperança de derrotar Lukashenko nas urnas.
"O apoio eleitoral a minha candidatura aumentou 9% em cada mês desde minha eleição em outubro, por isso Lukashenko antecipou o pleito. Se as eleições fossem limpas, não há dúvida de que eu ganharia", ressalta.
Já que não dispõe de espaço publicitário na televisão nem na imprensa, controladas pelo Governo, Milinkievich dedicará as próximas semanas a explicar seu programa eleitoral "porta a porta".
Em caso de "falsificação" dos resultados eleitorais, como ocorreu em ocasiões anteriores, Milinkievich disse à EFE que seguirá o caminho traçado pela Geórgia (2003) e pela Ucrânia (2004).
"Tomaremos as ruas por dignidade. Será a ''Revolução do Espírito'', já que é necessário um espírito muito forte para vencer o medo que Lukashenko impôs em Belarus", disse.
O dirigente opositor manifestou sua admiração pelo líder da "Revolução de Veludo" na antiga Tchecoslováquia, Vaclav Havel, com quem se reuniu em outubro em sua primeira viagem ao exterior.
No entanto, ressaltou que Lukashenko não cederá o poder "de bom grado" e não descartou que ele vá recorrer às forças de segurança e à temida KGB para reprimir os protestos.
Milinkievich pediu apoio à União Européia e aos Estados Unidos com o fim de recuperar a Belarus para a causa da democracia, mas se manifestou contra sanções políticas ou econômicas, já que "a vítima sempre é o povo".
Contudo, negou que seja o "candidato do Ocidente", já que "sua prioridade é defender os direitos dos quase dez milhões de bielo-russos e instaurar uma política de neutralidade".
O líder opositor promete mudar o país, cancelando os planos de união estatal com a Rússia, retomando os planos de privatização do setor público e promovendo a identidade nacional bielo-russa, anestesiada pelo rusófilo Lukashenko.
Em relação a Moscou, o dirigente opositor qualificou de "presente de Natal" a assinatura no final de 2005 de um contrato entre Belarus e a corporação russa Gazprom para a provisão de gás a um preço subvencionado de US$ 46 por cada mil metros cúbicos.
Além disso, Milinkievich tem intenção de restabelecer os laços de amizade com a Polônia e a Ucrânia, e facilitar o caminho para uma futura integração no Conselho da Europa, já que é o único país do continente que não é membro deste organismo.
Os defensores de Lukashenko afirmam que o antigo diretor de uma fazenda coletiva foi o único dirigente das ex-repúblicas soviéticas, incluindo a Rússia, que impediu o saque das propriedades do Estado.
Embora reconheça este mérito, Milinkievich acusa Lukashenko de se transformar em "dono absoluto do país" e de transformar uma das repúblicas mais ricas da URSS em um "país estagnado".
"Temos dez anos de atraso. Em Belarus desapareceu a pequena e média empresa, e mal há investimento estrangeiro, a não ser da Rússia", denuncia.
Segundo as pesquisas independentes, Lukashenko tem mais de 50% das intenções de voto, enquanto Milinkievich beira o 15%.
Lukashenko, que mantém uma disputa com os Estados Unidos e a UE, conta com o apoio dos camponeses e idosos, que recebem pontualmente suas aposentadorias.
O descontentamento contra o presidente bielo-russo se concentra na capital, Minsk, e a parte meridional e ocidental do país, divisas com as católicas Polônia e Lituânia.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/326524/visualizar/
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