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Internacional
Segunda - 09 de Janeiro de 2006 às 10:22

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Kuala Lumpur - O representante especial das Nações Unidas para Mianmar, Razali Ismail, renunciou ao cargo depois que durante os últimos dois anos a Junta Militar birmanesa rejeitou todos os seus pedidos para entrar no país, informou hoje a imprensa malaia.

O diplomata malaio, a quem o secretário-geral da ONU Kofi Annan atribuiu em 2000 a missão de impulsionar a reconciliação nacional em Mianmar, não renovará com o organismo multinacional o contrato que expirou no final do ano passado.

Durante a reunião ministerial que a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) realizou em julho de 2005, o ministro birmanês de Assuntos Exteriores, Nyan Wyn, rejeitou receber Razali, que tinha se deslocado expressamente à capital laosiana com o propósito de solicitar pessoalmente autorização para entrar na Birmânia.

"Está claro que os líderes militares birmaneses não querem que retorne", afirmou Razali em declarações à imprensa malaia. A Liga Nacional pela Democracia (LND), organização liderada pela Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, classificou em diversas ocasiões Razali como um amigo que tentou encontrar uma via de diálogo com a Junta Militar.

Razali é considerado o artífice da rodada de conversas que o Governo militar birmanês e Suu Kyi mantiveram em outubro de 2000, e da libertação da líder opositora no final de maio de 2002.

Suu Kyi foi detida novamente um ano após sua libertação e desde então se encontra submetida a prisão domiciliar. Durante o último ano no cargo, Razali expressou publicamente em várias ocasiões seu pessimismo sobre as perspectivas de mudança na Birmânia e pediu à ASEAN que pressione o Governo de Rangum para que cumpra sua promessa de iniciar uma reforma política.

A LND venceu as eleições legislativas realizadas em 1990, cujos resultados nunca foram aceitos pelos generais que governam a Birmânia ininterruptamente desde 1962.




Fonte: EFE

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