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Saúde
Segunda - 09 de Janeiro de 2006 às 08:37

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Os países ricos e um número crescente de países de médio desenvolvimento sofrem de uma epidemia de gordura que cresce junto com as demandas por camas mais fortes, caixões mais espaçosos, instrumentos médicos mais penetrantes e assentos mais largos em ônibus e aviões.

Os estudos sobre a obesidade na América Latina estimam que a doença atinja entre 22% e 26% da população no Brasil, 21% no México, 10% no Equador, e entre 22% e 35% no Paraguai e na Argentina.

Segundo Jorge Braguinski, diretor do Curso de Pós-graduação em Nutrição da Universidade Favaloro (Argentina), "há uma tendência ao aumento na prevalência de obesidade" na região.

Nos Estados Unidos, onde o peso médio da população aumentou em 5,4 quilos desde 1960, 62% dos habitantes tem peso excessivo e entre eles, de 12% a 25% - de acordo com cada estado - sofrem de obesidade.

E se há quem pague, haverá quem venda, inevitavelmente.

Jeff Cheek, presidente da empresa Southern Heritage, que fabrica caixões metálicos, indicou que enquanto há poucos anos os caixões tinham largura entre 56 e 60 centímetros à altura dos ombros de seus futuros residentes, agora a média situa-se entre 60 e 65 centímetros.

A linha de caixões da firma, do Alabama, inclui ainda produtos de largura entre 71 e 111 centímetros.

O que é apropriado já que, segundo o Fundo para a Saúde dos Estados Unidos, um grupo privado, a obesidade causa cerca de 400 mil mortes a cada ano nos EUA e em breve ultrapassará o tabagismo como a principal causa de morte evitável.

A fabricante de equipamentos médicos QuickMedical, com sede no Estado de Washington, já vende roupões "Ample Wear" para cobrir os pacientes corpulentos que vão ao hospital ou ao consultório médico, e balanças com capacidade para suportar até 300 quilos.

Cada vez mais hospitais e consultórios médicos pedem aparelhos maiores para a tomada de pressão, e há cadeiras de rodas com largura de até 1,20 metro, além de camas de hospital e mesas de cirurgia construídas para suportar pacientes maiores.

Susan Yanovski, um especialista em obesidade do Instituto Nacional de Saúde, que estudou as mudanças em equipamentos e instalações necessárias para os pacientes mais corpulentos, disse ao jornal The Washington Post que "as necessidades evoluíram mas, no entanto, a atitude adversa aos obesos está institucionalizada".

"Recém-começamos a ver qual é o impacto disso no cuidado da saúde", acrescentou. "Desde as facilidades para o acesso a consultórios e hospitais até as atitudes para com as pessoas obesas, prestaremos maus serviços se não descobrirmos uma maneira de proporcionar-lhes melhores diagnósticos e tratamento".

Por exemplo, quando o médico Philip Peacock e seus parceiros de Medicina Familiar de Prince William (Virginia) planejaram um novo consultório, levaram em consideração as necessidades de sua clientela cada vez mais corpulenta.

Os arquitetos lhes recomendaram que colocassem sofás ao invés das freqüentes cadeiras das salas de espera, que têm largura limitada por braços de madeira ou metal.

Também foi necessário aumentar equipamentos médicos complexos como as máquinas para exames de ressonância magnética, ultra-sons, mamografias e eletrocardiogramas.





Fonte: EFE

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