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Economia
Segunda - 09 de Janeiro de 2006 às 07:13

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O presidente recém-eleito da Bolívia, Evo Morales, convidou o governo chinês a investir no setor de energia do país.

Carlos Villegas, assessor de Morales na área econômica, disse que a China poderia estar interessada em converter o gás natural da Bolívia em um combustível que cause poucos danos ambientais.

Morales irá se encontrar com o presidente chinês Hu Jintao na segunda-feira.

Correspondentes dizem que a postura de esquerda e os discursos contra os Estados Unidos de Morales podem já ter feito com que ele ganhe o apoio do governo chinês.

"Para o governo do presidente Evo Morales, hidrocarboneto é um assunto fundamental, principalmente a industrialização do gás natural", disse Villegas.

"Ele convidou o governo chinês, através de suas estatais, a participar", afirmou.

Mas Villegas afirmou que a China não é o único país que a Bolívia vê como possível parceiro.

"Nós fizemos a mesma proposta na Espanha, na França e, agora, na China...Não significa que nós estamos apostando somente na China", afirmou.

A Bolívia tem uma grande reserva de gás natural e Morales, que tomará posse no próximo dia 22, prometeu nacionalizar o setor.

Oposição

Durante a uma visita a Paris, Morales disse que a Bolívia está sofrendo com numerosos contratos com empresas que exploram o gás e disse que qualquer acordo futuro terá de ser aprovado pelo Parlamento.

Ele afirmou ainda que empresas estrangeiras que já atuam na Bolívia também terão de renegociar as condições sob as quais operam.

Correspondentes dizem que os planos de Morales para a indústria do gás deverão provocar oposição do governo americano, do setor privado boliviano - principalmente no leste do país - e de um grande número de empresas que investiram milhões de dólares na Bolívia.

Durante a atual turnê - que já o levou para a Venezuela, Espanha, Bélgica, Holanda e França -, Morales tem usado sempre roupas informais, uma marca registrada durante a campanha eleitoral.

Morales, que será o primeiro presidente indígena da Bolívia, venceu as eleições realizadas em dezembro prometendo aumentar os gastos no setor social e abandonar as políticas de mercado livre.

Ele foi eleito com quase 54% dos votos, o maior índice já obtido por um candidato desde que a democracia foi restaurada no país em 1980.




Fonte: BBC Brasil

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