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Internacional
Sábado - 07 de Janeiro de 2006 às 10:17

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Vinte e cinco dos 62 deputados do Partido Liberal-Democrata britânico exigiram hoje a renúncia do líder da bancada, Charles Kennedy, que na última quinta-feira confessou pela primeira vez ter problemas com o álcool. Em comunicado, os deputados, entre eles dezenove dirigentes do partido, afirmaram que não continuarão trabalhando com Kennedy, escocês de 46 anos, caso ele permaneça à frente da organização na próxima segunda-feira.

Os deputados assinalaram que queriam dar ao líder liberal-democrata "alguns dias para refletir sobre sua posição", e asseguraram que havia um "número crescente" de deputados de acordo com eles.

"Todos desejam que Charles reflita durante o fim de semana, e manifestaram apoio à sua batalha contra sua grave situação médica", afirma o comunicado.

"No entanto, sentimos que era nosso dever mostrar quais eram nossas verdadeiras intenções para a próxima semana, mediante as declarações feitas por ele ontem", acrescentaram os deputados liberal-democratas no comunicado.

Entre os signatários estão o porta-voz para assuntos ambientais, Norman Baker; o responsável para o desenvolvimento internacional, Andrew George, e seu colega da pasta de comércio, Norman Lamb.

"Estou muito comovido com o apoio que recebi ao longo do dia", afirmou Kennedy.

Na sua opinião, "este é um bom fim de semana para a reflexão.

Peço a meus colegas parlamentares que reflitam minuciosamente, e aos militantes do partido que expressem seus pontos de vista de forma alta e clara", acrescentou.

Kennedy negava com firmeza ter problemas com a bebida, até que na última noite se viu obrigado a reconhecer em público sua dependência, e revelou que havia buscado ajuda profissional para superá-la.

Em declarações à imprensa, Kennedy disse que seu problema estava "basicamente resolvido", embora tenha acrescentado que deixaria aos membros do partido a decisão sobre se deveria ou não permanecer à frente do mesmo.

Graças à sua oposição à guerra do Iraque, Kennedy obteve importantes avanços para seu partido nas eleições de maio, em detrimento sobretudo do Partido Trabalhista.

Mas ele não é o único político britânico com excessiva inclinação ao álcool, embora seu caso pareça ser o mais dramático.

O primeiro-ministro na Segunda Guerra Mundial e herói britânico, Winston Churchill (1874-1965), era notadamente afeito ao brandy e ao champanhe francês.

Reza a lenda que em certa ocasião, Churchill se encontrou na Câmara dos Comuns com uma deputada chamada Bessie Braddock, que lhe acusou de estar ébrio, a quem respondeu: "efetivamente, senhora.

Estou bêbado, mas amanhã de manhã já estarei sóbrio, enquanto a senhora permanecerá igualmente feia".

Quando um dirigente mórmon que lhe visitou em sua circunscrição eleitoral lhe explicou as razões pelas quais era abstêmio - "senhor Churchill, não bebo porque o álcool é como uma patada de antílope unida à mordida leve de uma víbora" -, o líder conservador lhe devolveu: "toda minha vida busquei um porre assim".

Outro primeiro-ministro, o liberal Herbert Asquith (1852-1928), costumava cambalear cada vez que falava na Câmara dos Comuns, e sua afeição à bebida chegou a ser tema de uma canção muito popular nos cabarés londrinos durante a Primeira Guerra Mundial.

William Pitt (1759-1806), o grande inimigo da França Revolucionária, costumava beber várias garrafas de vinho do Porto, algo que supostamente lhe tinha sido receitado por seu médico.

O chanceler do Tesouro conservador Reginald Maudling (1919-1979) era outro grande bebedor, e dele se conta que durante uma visita à Irlanda do Norte como ministro do Interior, pediu a seus colaboradores: "Por Deus, tragam-me um grande copo de uísque escocês. Que país horrível!".

Os únicos membros do Parlamento a quem é permitido oficialmente o consumo de álcool na Câmara dos Comuns são o chanceler do Tesouro e o ministro das Finanças, durante o discurso de apresentação do orçamento.

Nem todos aproveitaram, no entanto, a possibilidade que lhes era oferecida. Desta forma, enquanto Kenneth Clarke optou pelo uísque escocês e Geoffrey Howe, por um gim tônica, John Major e o atual, Gordon Brown, limitaram-se à água mineral.





Fonte: EFE

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