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Internacional
Sábado - 07 de Janeiro de 2006 às 09:53

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PARIS - O ex-vice-presidente sírio Abdel Halim Khaddam, que denunciou a envolvimento de Damasco no assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, se reuniu em Paris com os investigadores da comissão da ONU sobre este crime. ''Recibi ontem à tarde a comissão de investigação sobre o assassinato do mártir Hariri'', disse Khaddam, que vive exilado em um elegante bairro da capital francesa sob proteção policial.

Questionado sobre o número de investigadores com os quais conversou, declarou: ''Não posso responder a esta pergunta''. A respeito do conteúdo do depoimento, acrescentou: ''Tampouco posso responder a esta pergunta''.

Para a emissora de rádio francesa RTL, Khaddam reafirmou que o presidente sírio ameaçou Rafic Hariri em várias ocasiões. ''Conheço os fatos porque eu mesmo ouvi Bachar al-Assad. Porém, o juízo de valor destas ameaças e do envolvimento ou não de Bachar al-Assad corresponde aos investigadores'', disse.

Durante a entrevista também detalhou as ameaças que alega ter escutado. ''Um dia, Bachar convocou Rafic Hariri na presença de oficiais de segurança e o tratou de maneira rude. Ele o acusou de atuar contra a Síria e de trabalhar pela eleição no Líbano de um presidente anti-sírio. Disse que era ele quem decidia e acrescentou que aquele que vai contra minhas decisões, eu liquido''.

Khaddam, líder da velha guarda do partido Baath, renunciou aos cargos políticos na Síria, por ter optado pela pátria e não pelo regime, segundo suas declarações anteriores.

A comissão de investigação da ONU também pediu para falar com Bachar al-Assad e com seu ministro das Relações Exteriores, Faruk al-Chareh, depois das denúncias de Khaddam.

Damasco ainda não respondeu oficialmente a esta solicitação. Em declarações à revista egípcia Al-Usbue, Bachar al-Assad, que sucedeu o pai Hafez el-Assad depois de sua morte em junho de 2000, afirmou que a Síria cooperará "plenamente" com a comissão da ONU se a demanda tiver "uma base jurídica".

A imprensa libanesa interpretou estas declarações como uma rejeição implícita do presidente sírio a depor para a comissão.





Fonte: JB Online

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