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Internacional
Sábado - 07 de Janeiro de 2006 às 08:14

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O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, ainda em coma induzido, foi submetido neste sábado a mais uma tomografia do cérebro, segundo um porta-voz do hospital em que está internado em Jerusalém desde quarta-feira.

Segundo o porta-voz, a tomografia já estava prevista e não indica mudança no quadro de saúde de Sharon. O resultado desse exame deve ser divulgado no início da noite deste sábado.

Não indicações claras sobre as possibilidades de recuperação de Ariel Sharon, que sofreu um grave derrame na quarta-feira.

O diretor do hospital, Shlomo Mor-Yosef, disse na sexta-feira, depois da terceira operação a que o premiê foi submetido nos últimos dias, que ele havia tido uma melhora substancial.

"Não há mais sangramento e a pressão intra-craniana retornou ao normal", disse Mor-Yossef após a cirurgia.

Sharon, que foi submetido a duas cirurgias logo após a internação, teve de voltar à sala de operações na sexta-feira porque foram descobertos novos pontos de sangramento no seu cérebro.

Mor-Yosef reconheceu que o estado de Sharon, de 77 anos, é crítico.

Além disso, informa o correspondente da BBC em Jerusalém Stuart Hughes, não são esperados novos boletins médicos antes do final do sabbath (dia santo judaico), na noite de sábado.

Os filhos de Sharon, Omri e Gilad, estão no hospital, hospedados em um quarto próximo ao do pai.

Incerteza

A incerteza sobre o estado de saúde do primeiro-ministro, cuja vitórias para um terceiro mandato era vista como praticamente certa nas eleições marcadas para março, desestabilizou todo o cenário político israelense. O vice-primeiro-ministro, Ehud Olmert, assumiu o governo interinamente.

Especialistas médicos que trabalham com pacientes de derrames dizem que Sharon pode ter sofrido danos cerebrais ou paralisia em decorrência do sangramento no cérebro.

"No caso de uma hemorragia massiva o prognóstico é catastrófico", disse o professor Pierre Aamarenco à agência de notícias France Presse. Segundo Aamarenco, a cirurgia ajudaria pouco nessa situação.

No entanto, um dos cirurgiões da equipe que está tratando do primeiro-ministro, Felix Umansky, insiste que há chances de ele se recuperar.





Premiê interino

Correspondentes afirmam que assistentes de Sharon trabalham com a premissa de que ele não será capaz de retornar ao trabalho.

A imprensa e os círculos políticos também especulam que, mesmo que Sharon se recupere, ele não deve continuar a governar o país.

O primeiro-ministro interino já recebeu nesta sexta-feira telefonemas da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e do presidente egípcio, Hosni Mubarak.

Rice cancelou uma viagem de seis dias para a Indonésia e Austrália devido à situação no Oriente Médio, segundo informações de um porta-voz.

Como presidente do recém-formado partido Kadima, Sharon era o favorito nas eleições gerais do dia 28 de março em Israel, que deverão ser mantidas conforme o planejado.

Mas uma pesquisa publicada pelo jornal israelense Yediot Ahronot nesta sexta-feira afirma que o Kadima, liderado por Olmert, ainda venceria 39 dos 120 assentos no Knesset, o parlamento do país, com os Trabalhistas conseguindo 20 cadeiras e o Likud, 16.

Além disso, temores de que o novo partido afundaria sem Sharon diminuíram depois que importantes membros disseram que apoiariam a liderança de Olmert.

O premiê interino se reuniu com seu colega de Kadima, Shimon Peres, o ex-premiê que pertencia ao Partido Trabalhista e migrou para o partido fundado por Sharon, nesta sexta-feira.

Peres afirmou que Olmert estava "muito preocupado" com a saúde do primeiro-ministro.

"Nós saberemos como continuar a política de Israel...continuar com as políticas de Ariel Sharon", acrescentou Peres.

Afastamento permanente

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mark Regev, disse que o governo continuará a implementar as políticas de Ariel Sharon apesar de seus problemas de saúde.

Regev disse que este é um período difícil para o país e que o governo vai precisar de alguns dias para se ajustar à nova situação, sem um homem cuja presença era tão dominante no processo político.




Fonte: BBC Brasil

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