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Internacional
Sexta - 06 de Janeiro de 2006 às 23:04

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: O Peru retirou seu embaixador da Venezuela e acusou o país de interferir em seus assuntos. O motivo foram os elogios do presidente venezuelano, Hugo Chávez, a um ex-integrante nacionalista do exército que concorre à presidência do Peru nas eleições de abril, informou o ministério do Exterior na quinta-feira.

O Peru pediu que o embaixador explique como o candidato à presidência Ollanta Humala foi convidado para uma cerimônia na Venezuela. Na ocasião, Chávez o elogiou pelo plano de governo que pretende reverter 15 anos de políticas de pró-mercado. "Há preocupações com a intromissão política nas questões eleitorais no Peru, e os comentários do presidente Chávez foram inapropriados", disse uma porta-voz. Ela acrescentou, no entanto, que a saída de Carlos Urrutia da embaixada não será permanente.

Chávez disse que os planos de Humala para uma "Segunda República"— na qual Humala diz que renegociará os contratos com as companhias estrangeiras para beneficiar os pobres peruanos— serão uma "segunda independência" para a nação andina. Ele disse que o Peru fará parte da "batalha que une o nacionalismo" na América Latina. Os comentários foram feitos durante uma cerimônia para receber o presidente eleito da Bolívia, Evo Morales. O evento em Caracas foi transmitido pela televisão peruana na terça-feira. Morales também deu seu apoio a Humala.

À frente nas pesquisas de intenção de voto, Humala disse em entrevista coletiva na quinta-feira que aquele foi seu primeiro encontro com Chávez, mas ele planeja novas viagens à Venezuela.

"Vou à Venezuela no mês que vem participar de um fórum internacional e não há nada de errado nisso. O que é errado em encontrar Hugo Chávez? Ele é o líder de um país, não um criminoso", disse Humala.

O crescimento gradual de Humala nas pesquisas sobre sua principal rival, a centro-direitista Lourdes Flores, deixou temerosos os investidores estrangeiros e a elite peruana.

No final de dezembro, a bolsa de valores de Lima registrou sua maior baixa num dia, desde 2000, devido à crescente popularidade de Humala. Alguns investidores internacionais saíram do mercado peruano. Mas Humala diz que suas políticas não serão uma repetição do governo militar da década de 1970, que confiscou a terra dos grandes proprietários e nacionalizou as empresas estrangeiras.

"Você deve aplicar as políticas ao período em que vive. Não pode repetir o passado", disse.

Analistas políticos afirmam que Humala está conquistando a população rural pobre, desiludida com os políticos tradicionais, e que teve poucos benefícios com a política de livre mercado do presidente peruano, Alejandro Toledo.




Fonte: Reuters

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