Brigas entre clãs deixam 10 mortos na ilha de Mindanao

Pelo menos 10 pessoas morreram na quinta-feira na província filipina de Lanao do Sul, na ilha de Mindanao, 850 quilômetros ao sudeste de Manila, em um confronto entre clãs rivais, informou hoje a imprensa local. Essa disputa entre clãs, que nas Filipinas é conhecida como "rido", começou em janeiro de 2004, enquanto os novos enfrentamentos, nos quais estão envolvidas mais de 200 pessoas, começaram na quarta-feira passada, assinala o diário Philippine Daily Inquirer.

Sete das vítimas, integrantes de um mesmo clã, morreram em uma emboscada ontem, quinta-feira, enquanto as outras três pessoas morreram em outros enfrentamentos.

Segundo o periódico, o "rido", o código de vinganças entre famílias ou clãs muçulmanos em Mindanao enfrentados freqüentemente por disputas de terras, começou quando um dos clãs denunciou em janeiro do ano passado um grupo de seus inimigos perante o Exército como supostos bandidos.

Os militares mataram em um tiroteio 12 dos suspeitos, o que levou seus parentes a organizar uma ação de vingança um mês depois, quando mataram 12 pessoas e feriram outras sete pertencentes ao clã denunciante.

Segundo os historiadores filipinos, o "rido" persiste devido à falta de lei e ordem dominante em Mindanao e à ausência de um sistema judiciário efetivo, que favorece esta ação paralela de justiça que se perpetua entre gerações.

Enquanto isso, os habitantes de Tubaran, onde residem os clãs enfrentados, temem que o conflito familiar, onde também participam simpatizantes de cada grupo, degenere em um combate entre as tropas do Governo e as da Frente Moura de Libertação Islâmica (FMLI), que aparentemente enviou mais ou menos 200 combatentes "para proteger os civis".

Embora ainda negocie a paz com o Governo e tenha cooperado com as forças governamentais em algumas operações contra grupos extremistas no sul do país, a FMLI também atribui a seus guerrilheiros ações de segurança em Mindanao, o que pode criar disputas com os militares.