Padre haitiano preso pelo governo tem leucemia

Um padre haitiano que muitos acreditam que seria um forte candidato à presidência do país se não tivesse sido preso, está sofrendo de leucemia e deveria ser libertado, disse um médico norte-americano na quinta-feira. Paul Farmer, médico de Harvard que lidera a luta contra a aids no Haiti, afirmou que tirou uma amostra de sangue do padre Gerard Jean-Juste no Natal e descobriu que ele tem leucemia linfócita crônica, doença que pode ser controlada por um longo período se houver boas condições e quimioterapia. "Mas isso seria difícil na prisão", disse Farmer à Reuters por email.

Segundo ele, a tuberculose é comum na maioria das prisões haitianas e vítimas desse tipo de leucemia são suscetíveis a infecções.

Jean-Juste, tido por muitos como o herdeiro do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, deposto por uma revolta armada em fevereiro de 2004, está na prisão desde 21 de julho sob acusação de participar do assassinato do jornalista Jacques Roche. Ele nega e afirma que estava em Miami na época do crime.

Partidários de Aristide afirmam que as acusações foram forjadas para evitar que o padre, bastante popular, participasse da eleição presidencial, inicialmente marcada para novembro mas repetidamente adiada. Está prevista para fevereiro.