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Internacional
Sexta - 06 de Janeiro de 2006 às 06:55

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Os médicos responsáveis pelo tratamento do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, disseram nesta sexta-feira que não esperam grandes mudanças no seu estado de saúde.

"Este estágio requer muita paciência. Nós não esperamos uma reviravolta tremenda", disse o diretor do hospital Hadassah, onde Sharon está internado, Shlomo Mor-Yosef.

Sharon, que sofreu um derrame na noite de quarta-feira, está sendo mantido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), depois de passar por cirurgias de sete horas para estancar a hemorragia em seu cérebro.

Segundo o médico, o quadro de Sharon permanece inalterado nesta sexta-feira de manhã, depois de o primeiro-ministro passar a noite sedado, em um coma induzido e respirando com a ajuda de aparelhos.

Ele disse ser "positivo" o fato de os sinais vitais do primeiro-ministro, como a pressão sanguínea, o pulso e principalmente a pressão craniana, permanecerem estáveis.

Sharon deverá ser mantido nessas condições pelo menos até sábado. Ainda nesta sexta-feira, uma equipe de médicos e cirurgiões deverá decidir se ele será submetido a uma tomografia cerebral.

Correspondentes da BBC informam que assessores de Sharon trabalham com a premissa de que não ele não poderá voltar ao trabalho. Os seus poderes foram transferidos interinamente para o vice-primeiro-ministro Ehud Olmert logo após a sua internação.



"Poucas chances"

Para o professor Tzvi Ram, diretor do departamento neurocirúrgico do hospital Ihilov, de Tel Aviv, são pequenas as chances de sobrevivência do primeiro-ministro.

De acordo com Ram, o prognóstico de Sharon “é muito ruim, as chances de sobreviver a um derrame desta dimensão são poucas e as chances de poder voltar a um funcionamento normal são menores ainda”.

As eleições gerais israelenses continuam marcadas para o dia 28 de março, conforme planejado.

"A dissolução do parlamento e as eleições... não foram afetados pela condição da saúde do primeiro-ministro", disse um comunicado do Ministério da Justiça.

A imprensa e os círculos políticos estão especulando que, mesmo que Sharon se recupere, ele não deve continuar a governar o país.

O correspondente da BBC em Jerusalém Jeremy Bowen disse que o derrame de Sharon muda todos os cálculos políticos em Israel.

Segundo Bowen, nenhum dos outros candidatos a primeiro-ministro é capaz de inspirar a mesma confiança dos eleitores e têm a vontade, experiência ou a intenção de levar adiante os planos de Sharon.

Vice de Sharon

Na manhã desta quinta-feira, o premiê foi levado de volta à mesa de operações após ter passado por uma operação que durou cerca de 7h durante a madrugada. Ele foi hospitalizado às pressas na quarta-feira por volta das 23h, hora local (19h em Brasília).

Ao término da primeira cirurgia, o primeiro-ministro foi submetido a uma tomografia computadorizada que indicou que, apesar dos esforços dos médicos, a hemorragia cerebral não havia sido estancada.

Os cirurgiões resolveram então que Sharon deveria retornar à mesa de operações, segundo Mor-Yossef, "para tratar de outras regiões do cérebro".

O analista político Raviv Druker afirmou que o sistema político em Israel trabalha com a hipótese de que Ariel Sharon não vai poder voltar ao cargo de primeiro-ministro. "Trata-se de uma situação política inteiramente nova e cheia de pontos de interrogação", disse Druker.




Fonte: BBC Brasil

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