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Polícia Brasil
Quinta - 05 de Janeiro de 2006 às 21:13

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O traficante Anderson Gonçalves dos Santos, o Lorde, acusado de comandar o ataque ao ônibus 350, no Rio de Janeiro, era protegido pela quadrilha do traficante Fernandinho Beira-Mar enquanto era procurado pela polícia. Ele estava escondido com a namorada Brenda em uma favela que era reduto do traficante, em Duque de Caxias. Lorde se entregou na noite de ontem à polícia e foi apresentado à imprensa no Prédio da Chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro na tarde de hoje.

Aparentando bastante frieza, Lorde se deixava fotografar e filmar por dezenas de jornalistas sem fechar os olhos ou abaixar a cabeça. Ainda de madrugada, na delegacia de Duque de Caxias, o bandido se recusou a prestar depoimento, afirmando que somente o faria em juízo. Mas informalmente, disse aos policiais que era inocente. Lorde afirmou que não havia ordenado e nem participado do ataque ao coletivo, que causou a morte de cinco passageiros e ferimentos em outros 14.

"Foi tudo obra do Mica - chefe do tráfico na favela Vila Cruzeiro - do Marcelinho e do Lua, com quem estou brigado. Embora sejamos na mesma facção - Comando Vermelho - não estávamos nos entendendo. E ele aproveitou para matar aqueles quatro homens queimados, dentro de um carro, para botar a culpa em mim. Dos quatro, três realmente participaram do atentado ao ônibus, mas um era inocente", revelou ele ao delegado Nerval Goulart.

Para o delegado Álvaro Lins, não há dúvida nenhuma de que o marginal planejou e ordenou o ataque ao 350. "Ele não foi somente acusado pela menor L., 13 anos, de ter convocado os moradores para descerem e atear fogo ao coletivo. Vários moradores contaram, na polícia, que o viram batendo nas portas das casas e chamando as pessoas para descerem e incendiar um ônibus", contou o policial.

"A polícia vai indiciar Lorde por cinco assassinatos, 14 tentativas de homicídios, formação de quadrilha ou bando, tráfico de drogas e associação ao tráfico", revelou Álvaro Lins, afirmando que o traficante poderá pegar quase 400 anos de prisão.

A polícia informou que negociava a libertação de Lorde há uma semana. "Na quarta-feira, as televisões deram a notícia de que Sabrina Aparecida Marques Mendes não era a Brenda e a fotografia da Brenda foi divulgada, ele se assustou, passou a temer pelas vidas do casal e marcou com os advogados a sua apresentação. Preparei uma grande equipe para entrar na favela quando, às 22h, fui surpreendido pela sua chegada na delegacia. Ele não trouxe a namorada e parecia muito assustado", disse o delegado Nerval Goulart.

Brenda Álvaro Lins disse que já estão ocorrendo contatos entre os advogados de Lorde para que apresentem Brenda à polícia. "A qualquer momento ela pode ser apresentada. Mas enquanto não aparece, estamos realizando buscas para encontrá-la", ressaltou Lins. O delegado revelou ainda que Lorde feito uma única exigência à polícia durante sua apresentação. "Como era inocente, não queria ficar no meio de presos pois temia por sua integridade física".

O delegado Luiz Alberto de Andrade, da DRE, passou a tarde e parte da noite de ontem colhendo mais provas para incriminar o bandido e sua namorada. Ele vai pedir a prisão preventiva dos dois e, quando o bandido não for mais necessário à sua delegacia, irá mandá-lo para a Polinter. "É para lá que vão os bandidos. Eles não podem ficar em delegacias", disse




Fonte: O Dia

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