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Saúde
Quinta - 05 de Janeiro de 2006 às 07:10
Por: keka Werneck

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Dobrou o número de casos confirmados de dengue em Mato Grosso no período de um ano. Em 2004 foram 4.338 doentes e, em 2005, 9.702.

São 5.364 vítimas a mais, registradas principalmente em 10 municípios do interior que estão sendo "monitorados mais de perto", conforme a superintendente de Saúde Coletiva da Secretaria de Estado de Saúde, Silvana Kruger. "É um incremento importante, mas não fora de controle", garante.

A dengue é assim: exige ações contínuas contra a procriação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, campanha educativa nas comunidades para evitar criadouros e capacitação médica para otimizar o diagnóstico. Senão ela volta a preocupar.

Para Silvana Kruger, o novo incremento se deu por três motivos. O primei9ro é que a dengue tem caráter cíclico e a presença de novos vírus no ar elevam mesmo as estatísticas.

A mudança de gestores municipais no início de 2005, segundo ela, interrompeu ou retardou o controle da dengue, já que boa parte dos agentes de saúde são contratados e, neste período de transição, ocorrem muitas demissões. "Isso certamente comprometeu os serviços", afirma ela.

Por fim, no último dezembro choveu mais do que no mesmo mês em 2004 e as previsões são de mais chuvas para janeiro, fevereiro e março. Mais chuva, mais dengue.

Os sintomas da dengue deixam doentes de cama, com dores nas articulações, no fundo dos olhos, febre e mal-estar. Mas, além do incômodo, o que preocupa mais é a possibilidade do quadro tornar-se hemorrágico e o fato da doença ser fatal em alguns casos.

Além do comprometimento que o próprio vírus causa no organismo, ingestão de ácido acetil-salicílico pode causar a morte da vítima. É por isso que uma das informações mais massificadas sobre o tratamento contra a dengue é justamente que o AAS e outros medicamentos que possuem este componente são contra-indicados. Mesmo assim ainda há casos de negligência médica.

Ana Luísa Ribas Neves, 8 meses, amanheceu no último dia 20 de dezembro, uma terça-feira, com febre. A mãe dela, Alessandra Ferreira Ribas, 30, levou a menina para consultar e ela foi atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "A médica examinou meu bebê e disse que eu deveria dar Dipirona, mas o efeito da dose passava e ela voltava a ficar quente", conta Alessandra. Na quarta, a criança piorou. "Na quinta, voltei à médica, porque a menina amanheceu toda empolada. Ela então disse que isso seria do dente, uma virose ou infecção urinária. Fiz o exame na hora nela e não deu nada. Mas eu não podia nem triscar na minha filha que ela chorava, acho que estava com dor". Só na sexta-feira veio o diagnóstico correto: dengue. "Para mim, ela teve intoxicação pelo medicamento", suspeita a mãe. Foi cortar a Dipirona e ela começou a se recuperar.

Conforme apurou a reportagem, o AAS aumenta a acidez no sangue que corrói os órgãos e causa complicações, como hemorragia generalizada, podendo levar à morte.

Conforme Silvana Kruger, em 2005, houve aumento de casos de dengue em todo o o Brasil e não só em Mato Grosso.




Fonte: A Gazeta

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