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Internacional
Quinta - 05 de Janeiro de 2006 às 06:32
Por: Evelyn Leopold

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O embaixador norte-americano na ONU, John Bolton, quer que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas tenham um assento no novo e disputado conselho de direitos humanos da entidade, o que deve provocar a ira dos países que acreditam que essas cinco potências já tenham poder demais.

Bolton disse a repórteres na terça-feira que a tradição das Nações Unidas permite que as cinco potências sejam incluídas "em qualquer conselho da ONU que achem importante participar".

Ele disse não acreditar que a inclusão dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China) no novo conselho deva fazer parte das leis da organização. Mas disse: "Temos de lidar com as circunstâncias das negociações para reformar a comissão de direitos humanos".

Está em jogo a próxima grande reforma das Nações Unidas, um conselho de direitos humanos que substituirá a desacreditada Comissão dos Direitos Humanos, com sede em Genebra e com 53 países, entre os quais constantemente estão os maiores violadores dos direitos humanos do mundo.

Bolton, que mencionou a inclusão das cinco potências pela primeira vez ao Washington Post e a alguns diplomatas, luta para posicionar os cinco países no centro da tomada de decisões da ONU.

Mas a criação, no mês passado, de uma comissão de paz, para ajudar países destruídos pela guerra após o fim das batalhas, quase falhou devido à insistência de sua ligação estreita com o Conselho de Segurança e assento para o cinco membros permanentes.

Muitos países em desenvolvimento, incluindo Paquistão, Índia, Venezuela, Costa Rica, Egito, Brasil, Argentina e México manifestaram preocupação na época de que o Conselho de Segurança e seus cinco membros permanente têm muito poder.

O novo conselho de direitos humanos funcionaria o ano todo e não somente por seis semanas em Genebra, como o atual, e estaria livre para responder a grandes violações aos direitos humanos.

Ele deve acompanhar os registros de direitos humanos de todos os seus membros, que os países ocidentais esperam sejam eleitos por dois terços dos votes da Assembléia Geral.

Questionado se o critério dos direitos humanos seria aplicado às cinco potências, Bolton respondeu: "A diferença entre os membros permanentes e os outros é que eles são membros permanentes, e essa é a realidade política".




Fonte: Reuters

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