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Estado de saúde de Sharon é crítico
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, estava em estado crítico após sofrer uma hemorragia cerebral na quinta-feira, abrindo espaço para a inquietação política em Israel e desferindo mais um golpe nas esperanças de negociações de paz com os palestinos.
Depois de seis horas de cirurgia para conter o sangramento, um médico disse que a operação ainda deve durar algumas horas no hospital para onde o premiê foi levado às pressas para tratamento na quarta-feira.
"O primeiro-ministro está sedado e em um respirador. Pode-se dizer que o estado dele é grave", disse a jornalistas o diretor do hospital Hadassah, em Jerusalém, Shlomo Mor-Yosef.
Por décadas, Sharon foi figura dominante na composição do panorama do Oriente Médio.
A morte ou a incapacitação de Sharon provocaria uma disputa política em Israel, que está a caminho de uma eleição geral, em 28 de março, na qual o primeiro-ministro era favorito tendo como plataforma o fim do conflito com os palestinos. Sharon ocupa o cargo desde 2001.
As esperanças de qualquer negociação para a criação de um Estado palestino sofreriam outro golpe, em meio a crescente inquietação e violência na Palestina.
O jornal Haaretz disse em seu site na Intenet que Sharon está com metade de seu corpo paralisado e especialistas em medicina concordam que o primeiro-ministro dificilmente sairá da sala de operações sem que suas habilidades sejam, pelo menos, gravemente prejudicadas.
"Com toda a cautela cabível, parece que a era em que Sharon liderou Israel chegou ao seu trágico fim", escreveu o correspondente para assuntos diplomáticos do Haaretz, Aluf Ben.
Os poderes do primeiro-ministro foram transferidos temporariamente para o vice de Sharon, Ehud Olmert, que realizará uma reunião de emergência do gabinete na quinta-feira. Pesquisas recentes mostram que Olmert não é visto como o sucessor de Sharon a longo prazo.
BUSH REZA
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, um aliado próximo de Sharon, disse: "estamos rezando pela recuperação dele".
"O primeiro-ministro Sharon é um homem de coragem e paz. Em nome de todos os americanos enviamos nossos melhores desejos e esperanças para o primeiro-ministro e sua família", acrescentou Bush.
Sharon, que aumentou as esperanças de paz no Oriente Médio ao retirar os colonos e soldados de Gaza em setembro, terminando com 38 anos de domínio militar, sofreu o que os médicos descreveram como um derrame leve em 18 de dezembro.
Ele deveria ser submetido a uma cirurgia na quinta-feira no hospital Hadassah para fechar um minúsculo orifício em seu coração, que teria contribuído para o derrame no mês passado.
O ex-general, conhecido popularmente como "O Trator" ficou vários dias hospitalizado, mas retomou sua agitada agenda pública nas últimas semanas.
Pesquisas de opinião mostraram que Sharon estava a caminho de vencer as eleições de março como líder da nova facção de centro Kadima, que ele fundou depois de deixar o partido de direita Likud, diante da revolta de membros da legenda diante da retirada de Gaza.
Sua plataforma de campanha tem sido a disposição de ceder mais territórios ocupados na Cisjordânia como forma de pôr um fim a décadas de conflito. Mas ele prometeu manter o domínio de Israel em grandes áreas de assentamentos.
PASSOS OUSADOS Uma grande parte da popularidade de Sharon entre os israelenses vem da crença de que ele pode tomar medidas ousadas que outros não tomariam.
Há muito os palestinos suspeitam que os planos de Sharon para terminar o conflito significam que ele ditaria os termos, deixando para os palestinos apenas fragmentos do território reivindicado.
O vice-primeiro-ministro palestino, Nabil Shaath, disse não acreditar que Sharon tenha tido qualquer fé no processo de paz, mas que seu estado de saúde vai aumentar as incertezas sobre a retomada das negociações.
Alvos das medidas duras de Sharon para reprimir o levante, que dura cinco anos, as facções militantes reagiram com entusiasmo.
"Toda a região será melhor com ele ausente", disse o poderoso grupo islâmico Hamas. "Sharon foi o responsável pelos massacres e pelo terrorismo contra o nosso povo por décadas."
Em Washington, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Stephen Hadley, informou Bush, sobre o estado de Sharon.
O presidente dos EUA confiou muito em Sharon enquanto tentava aproximar isralenses e palestinos de um acordo de paz. Ele repreendeu o premiê israelense após o derrame de dezembro, dizendo que o líder do Estado judeu deveria ter cuidados com a alimentação e fazer mais exercícios.
A crise gerada pela fragilidade na saúde de Sharon deve desacelerar ainda mais a busca de Bush por dois Estados— Israel e Palestina— vivendo em paz.
As esperanças nesse sentido já haviam sofrido um golpe com a possibilidade de adiamento das eleições palestinas, marcadas para o dia 25 de janeiro, e pela crescente agitação na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, assim como o aumento na violência com Israel.
"Eu não acho que teremos nenhum esforço por enquanto", disse Edward Walker, presidente do Instituto para o Oriente Médio e ex-embaixador dos Estados Unidos em Israel.
"Eu não vejo como você pode casar israelenses com palestinos quando ambas as partes vivem crises de liderança."
O velho inimigo de Sharon, Yasser Arafat, um ícone para os palestinos, morreu em novembro de 2004 quando uma hemorragia cerebral terminou com um período de semanas de doença.
(Reportagem adicional de Allyn Fisher-Ilan, Jeffrey Heller, Corinne Heller, Ori Lewis em Jerusalém, Nidal al-Mughrabi em Gaza, Steve Holland em Washington)
Depois de seis horas de cirurgia para conter o sangramento, um médico disse que a operação ainda deve durar algumas horas no hospital para onde o premiê foi levado às pressas para tratamento na quarta-feira.
"O primeiro-ministro está sedado e em um respirador. Pode-se dizer que o estado dele é grave", disse a jornalistas o diretor do hospital Hadassah, em Jerusalém, Shlomo Mor-Yosef.
Por décadas, Sharon foi figura dominante na composição do panorama do Oriente Médio.
A morte ou a incapacitação de Sharon provocaria uma disputa política em Israel, que está a caminho de uma eleição geral, em 28 de março, na qual o primeiro-ministro era favorito tendo como plataforma o fim do conflito com os palestinos. Sharon ocupa o cargo desde 2001.
As esperanças de qualquer negociação para a criação de um Estado palestino sofreriam outro golpe, em meio a crescente inquietação e violência na Palestina.
O jornal Haaretz disse em seu site na Intenet que Sharon está com metade de seu corpo paralisado e especialistas em medicina concordam que o primeiro-ministro dificilmente sairá da sala de operações sem que suas habilidades sejam, pelo menos, gravemente prejudicadas.
"Com toda a cautela cabível, parece que a era em que Sharon liderou Israel chegou ao seu trágico fim", escreveu o correspondente para assuntos diplomáticos do Haaretz, Aluf Ben.
Os poderes do primeiro-ministro foram transferidos temporariamente para o vice de Sharon, Ehud Olmert, que realizará uma reunião de emergência do gabinete na quinta-feira. Pesquisas recentes mostram que Olmert não é visto como o sucessor de Sharon a longo prazo.
BUSH REZA
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, um aliado próximo de Sharon, disse: "estamos rezando pela recuperação dele".
"O primeiro-ministro Sharon é um homem de coragem e paz. Em nome de todos os americanos enviamos nossos melhores desejos e esperanças para o primeiro-ministro e sua família", acrescentou Bush.
Sharon, que aumentou as esperanças de paz no Oriente Médio ao retirar os colonos e soldados de Gaza em setembro, terminando com 38 anos de domínio militar, sofreu o que os médicos descreveram como um derrame leve em 18 de dezembro.
Ele deveria ser submetido a uma cirurgia na quinta-feira no hospital Hadassah para fechar um minúsculo orifício em seu coração, que teria contribuído para o derrame no mês passado.
O ex-general, conhecido popularmente como "O Trator" ficou vários dias hospitalizado, mas retomou sua agitada agenda pública nas últimas semanas.
Pesquisas de opinião mostraram que Sharon estava a caminho de vencer as eleições de março como líder da nova facção de centro Kadima, que ele fundou depois de deixar o partido de direita Likud, diante da revolta de membros da legenda diante da retirada de Gaza.
Sua plataforma de campanha tem sido a disposição de ceder mais territórios ocupados na Cisjordânia como forma de pôr um fim a décadas de conflito. Mas ele prometeu manter o domínio de Israel em grandes áreas de assentamentos.
PASSOS OUSADOS Uma grande parte da popularidade de Sharon entre os israelenses vem da crença de que ele pode tomar medidas ousadas que outros não tomariam.
Há muito os palestinos suspeitam que os planos de Sharon para terminar o conflito significam que ele ditaria os termos, deixando para os palestinos apenas fragmentos do território reivindicado.
O vice-primeiro-ministro palestino, Nabil Shaath, disse não acreditar que Sharon tenha tido qualquer fé no processo de paz, mas que seu estado de saúde vai aumentar as incertezas sobre a retomada das negociações.
Alvos das medidas duras de Sharon para reprimir o levante, que dura cinco anos, as facções militantes reagiram com entusiasmo.
"Toda a região será melhor com ele ausente", disse o poderoso grupo islâmico Hamas. "Sharon foi o responsável pelos massacres e pelo terrorismo contra o nosso povo por décadas."
Em Washington, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Stephen Hadley, informou Bush, sobre o estado de Sharon.
O presidente dos EUA confiou muito em Sharon enquanto tentava aproximar isralenses e palestinos de um acordo de paz. Ele repreendeu o premiê israelense após o derrame de dezembro, dizendo que o líder do Estado judeu deveria ter cuidados com a alimentação e fazer mais exercícios.
A crise gerada pela fragilidade na saúde de Sharon deve desacelerar ainda mais a busca de Bush por dois Estados— Israel e Palestina— vivendo em paz.
As esperanças nesse sentido já haviam sofrido um golpe com a possibilidade de adiamento das eleições palestinas, marcadas para o dia 25 de janeiro, e pela crescente agitação na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, assim como o aumento na violência com Israel.
"Eu não acho que teremos nenhum esforço por enquanto", disse Edward Walker, presidente do Instituto para o Oriente Médio e ex-embaixador dos Estados Unidos em Israel.
"Eu não vejo como você pode casar israelenses com palestinos quando ambas as partes vivem crises de liderança."
O velho inimigo de Sharon, Yasser Arafat, um ícone para os palestinos, morreu em novembro de 2004 quando uma hemorragia cerebral terminou com um período de semanas de doença.
(Reportagem adicional de Allyn Fisher-Ilan, Jeffrey Heller, Corinne Heller, Ori Lewis em Jerusalém, Nidal al-Mughrabi em Gaza, Steve Holland em Washington)
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/327452/visualizar/
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