Festa de réveillon acaba em tragédia

Uma discussão banal em família, durante festa de fim de ano, agravou-se a tal ponto que levou um adolescente a assassinar o irmão e um tio

Geraldo Tavares/DC

Policiais da DHPP acreditam que os familiares do adolescente devem apresentá-lo logo à Justiça

Da Reportagem

Terminou em tragédia a festa de réveillon da família Luz no bairro Altos da Boa Vista em Cuiabá. Por causa de uma discussão banal, o adolescente F., de 17 anos sacou um revólver e executou o irmão Cássio da Luz, de 22 anos e o tio Djalma, de 28. O duplo assassinato ocorreu por volta das 23h30min sendo os últimos registrados no ano passado.

Segundo o relato de testemunhas, a briga começou com Djalma discutindo com Cássio. O tio reclamava do sobrinho por causa de sua conduta social. Não queria que ele andasse com “más companhias”. Cássio não gostou da observação do tio e eles saíram da casa onde ocorria a festa e continuaram a briga numa rua próxima.

Nesse momento, apareceu o adolescente armado com um revólver. Ele sacou o revólver e começou a atirar no tio, mas atingiu também o irmão deixando familiares desesperados diante dos disparos. Djalma morreu no local. Cássio ainda foi levado ao Pronto Socorro de Cuiabá (PSC) onde morreu após passar pelo box de emergência.

O garoto largou o revólver na casa da sua tia Sônia e fugiu apressadamente. Cássio morava no bairro Praeirinho e tinha vindo com a família passar o reveillon com a família. Conforme o relato de vizinhos, a festa terminou antes da meia-noite, pois tiveram que esperar a chegada dos peritos do Instituto de Criminalística (IC) e se deslocar até o PSC para ver Cássio.

A dona de casa Elizabeth Luz, mãe de Cássio e do adolescente ainda teve forças para se deslocar até a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no bairro Bandeirantes para obter informações sobre o filho adolescente.

“Fiquei sabendo que meu filho está preso”, disse. Os policiais de plantão, no entanto negaram a informação. Explicaram que o garoto não havia sido localizado. Segundo ela, não havia explicações para o ocorrido. “Dois crimes por nada”, lamentou ela.

Com a identificação do autor, a delegada Ana Paula Faria de Campos vai transferir as investigações para a Delegacia Especializada do Adolescente (DEA). Ela explicou que a DHPP trabalha apenas com crimes de autoria identificada. “Assim que descobrimos os autores, os inquéritos são enviados para a Delegacia da área”, completou.

O delegado Adalberto Antônio de Oliveira, titular da DEA informou que há uma equipe que trabalha em investigações criminais. Com isso, ele acredita que não terá dificuldades em localizar o autor do crime em poucos dias.

Os familiares no entanto, poderão apresentá-lo à Polícia nos próximos dias. Por ser adolescente, o garoto poderá cumprir até três anos de atividades sócio-educativas.