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Saúde
Terça - 03 de Janeiro de 2006 às 08:15

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Crianças concebidas por um método de inseminação artificial poderiam carregar DNA de bactérias nos seus cromossomos, segundo um estudo da INIA, a agência de pesquisas agrícolas da Espanha.

Na pesquisa – que foi publicada nas revistas especializadas New Scientist e Human Reproduction –, o esperma de ratos foi misturado com bactérias E. Choli para verificar se algum tipo de mudança genética aconteceria.

Em seguida, o esperma foi introduzido em óvulos de ratos, e alguns dos embriões resultantes dessa fertilização realmente continham um gene da E.coli.

O especialista britânico Simon Fischel, da organização Care Fertility, ressaltou, no entanto, que não existem registros de quaisquer problemas provocados por processos como os descritos pelos cientistas espanhóis.

"O risco permanece teórico por enquanto. Mas, mesmo se outro DNA tivesse se transferido para as crianças, tampouco existem indícios de que isso fosse manifestar outros problemas", afirmou Fischel.

"Há tantos outros fatores que podem afetar o nosso estilo de vida que talvez sejam até mais tóxicos."

ICSI

O método usado pelos pesquisadores espanhóis é conhecido como ICSI, a sigla em inglês para injeção intracitoplasmática de espermatozóide.

Cerca de metade dos procedimentos de inseminação artificial em vários países, entre eles a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, utilizam este processo.

Os cientistas estavam misturando DNA com esperma antes da injeção para descobrir se o ICSI poderia ser útil para a produção de animais geneticamente modificados.

A partir da pesquisa inicial, os especialistas tiveram a curiosidade de saber se o DNA de crianças que foram concebidas por meio de ICSI poderiam ter sido acidentalmente contaminados, caso a amostra de esperma utilizada tivesse sido contaminada por uma bactéria.

No entanto, para chegar às conclusões publicadas, a pesquisa espanhola utilizou concentrações altas de bactérias que normalmente poderiam ser detectadas ao microscópio por técnicos de inseminação artificial.

Para a doutora Maryse Bonduelle, da Universidade Flamenga Livre de Bruxelas, na Bélgica, as descobertas não devem causar alarde.

"Não acho que exista a necessidade de alarmar os pacientes ou mudar os procedimentos no momento."





Fonte: BBC Brasil

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