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Internacional
Segunda - 02 de Janeiro de 2006 às 16:12

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Um ex-agente da CIA que rastreou Osama bin Laden nas montanhas do Afeganistão diz que a agência de espionagem norte-americana pode levar uma década até se reestruturar para a guerra ao terrorismo. Gary Berntsen, um espião condecorado que liderou uma unidade paramilitar apelidada de "Quebra-queixo" na guerra que derrubou o Talebã após os ataques de 11 de setembro, disse que o diretor da CIA, Porter Goss, enfrenta uma dura batalha para preencher os principais postos da agência com homens agressivos e experientes.

"Ele é provavelmente mais agressivo do que a maioria dos altos funcionários no serviço secreto. Então, acho que ele tem de puxar um pouco o ritmo", disse Berntsen em entrevista.

"(Goss) está tentando melhorar a situação. Mas vai ser difícil. A reestruturação pode levar anos. Uma década, pelo menos", disse à Reuters na semana passada.

Duramente criticada por falhas ligadas ao início da guerra no Iraque e aos ataques de 11 de setembro em Nova York e Washington, a CIA viu seu corpo de espiões cair para menos de 5 mil homens, contra os 7 mil anteriores, afirmam fontes da inteligência.

Para especialistas, a atual falta de agentes secretos experientes é culpa da queda no recrutamento pós-Guerra Fria, exacerbada por uma corrida por empregos lucrativos no setor privado nos últimos anos.

"Temos um número menor de líderes criativos e realmente agressivos no serviço", disse Berntsen, que publicou recentemente um livro sobre seu trabalho na guerra ao terror intitulado "Jawbreaker" (Quebra-queixo), pela Crown Publishing.

O ex-diretor da CIA George Tenet afirmou à comissão do 11 de setembro, em abril de 2004, que a CIA precisaria de cinco anos para criar uma equipe totalmente capaz de combater a ameaça terrorista.

"A CIA está trabalhando agressivamente para reconstruir e aprimorar suas capacidades", afirmou Paul Gimigliano, porta-voz da agência.

Berntsen, 48, que também liderou o Centro Contra-terrorismo da CIA que respondeu aos bombardeios de embaixadas norte-americanas no leste da África pela al Qaeda, em 1998, entrou com uma ação contra a CIA em julho, acusando a agência de impedir a publicação de seu livro.

Gimigliano afirmou que a CIA revisou o livro de Berntsen antes da publicação apenas para garantir que não havia nenhuma informação protegida por confidencialidade.

No livro, Berntsen diz que sua equipe rastreou Bin Laden até a região de Tora Bora, no Afeganistão, no final de 2001, e que poderia ter capturado ou matado o líder da al Qaeda se o exército tivesse atendido a seu pedido por reforços, de cerca de 800 soldados.

Mas as tropas nunca foram enviadas e Bin Laden conseguiu escapar, disse ele.

Essa versão contradiz as declaração do presidente dos EUA, George W. Bush, e do ex-general Tommy Franks, que sustentam que as autoridades norte-americanas nunca tiveram certeza de que Bin Laden estava em Tora Bora.




Fonte: terra

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