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Internacional
Segunda - 02 de Janeiro de 2006 às 10:29

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O governador da Califórnia, o republicano Arnold Schwarzenegger, começou o ano com uma decisão polêmica ao nomear uma importante democrata como chefe de seu gabinete.

O ex-fisiculturista e ator de cinema pretende recuperar o apoio dos eleitores com a nomeação de uma democrata, Susan P. Kennedy, que trabalhou para o antecessor de Schwarzenegger, Gray Davis, no mesmo cargo que ocupa hoje.

Sua homossexualidade não impediu que ela estivesse a favor do veto de Schwarzenegger a uma medida que teria legalizado este ano o casamento de pessoas do mesmo sexo na Califórnia.

Isso apesar de Kennedy ter se "casado", em suas próprias palavras, com sua parceira em uma cerimônia na ilha havaiana de Maui, em 1999. Uma entre tantas contradições de quem garante compartilhar as idéias de Schwarzenegger e, ao mesmo tempo, se diz "democrata das de Bill (Clinton)".

Kennedy também viveu um dos escândalos mais famosos dos últimos tempos na Califórnia. Em plena crise energética e de queda orçamentária, o estado assinou um contrato multimilionário com a gigante das bases de dados Oracle em troca de contribuições políticas. Ele já provocou fúria dentro e fora de seu partido, e seus inimigos criaram um site onde centralizam suas críticas (no endereço www.stopsusankennedy.com). Kennedy se defende com o argumento de que o governador e ela estão de acordo em quase tudo. Os dois apóiam o direito ao aborto e a pena de morte, são tórridos defensores da iniciativa privada, e insistem que chegou o momento de acabar com as diferenças partidárias pelo bem do estado. Tudo isso soa muito bem, mas os californianos já escutaram discursos como esse tantas vezes que já perderam algumas esperanças.

Após uma breve lua de mel com os eleitores, que levou seus seguidores a fazerem uma campanha para transformá-lo no próximo presidente dos EUA, a estrela de Schwarzenegger se apagou quando os os californianos começaram a se sentir frustrados com suas promessas vãs. Os democratas o criticaram por se afastar da postura moderada que tinha prometido na tumultuada campanha para sua eleição, no pleito especial de 2003. É aí que entra em jogo a nomeação de Kennedy, o que muitos vêem como um movimento desesperado para se aproximar do centro.

"Fiz telefonemas suficientes para saber qual seria a reação" diante da nomeação da democrata, disse o ex-ator em uma entrevista recente ao The New York Times. "Disseram que eu não podia fazer isso. Mas claro que posso. Sou Arnold. Posso e farei", disse o governador, que não se caracteriza pela diplomacia de seus discursos e que certamente passará à posteridade por suas perdas de tom, como na vez em que chamou os legisladores californianos de "bichas".

Seja como for, Schwarzenegger apostou tudo em sua decisão, já que os republicanos alertaram que podem não apoiar sua reeleição e ameaçam defender outro astro de Hollywood em seu lugar, o ator e diretor de A Paixão de Cristo, Mel Gibson. Segundo Mike Spence, presidente da Assembléia de Republicanos da Califórnia, Gibson "é mais coerente com a mensagem republicana que o governador".




Fonte: Terra

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