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Internacional
Segunda - 02 de Janeiro de 2006 às 07:27

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A decisão da Rússia de cortar o fornecimento de gás para a Ucrânia repercutiu pela Europa, onde o suprimento de gás em vários países diminuiu.

Os Estados Unidos também afirmam que estão preocupados com a situação, acrescentando que a medida levanta "questões sérias a respeito do uso de energia para exercer pressão política".

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack, lamentou a decisão da Rússia e disse que a medida poderá criar "insegurança no setor de energia".

A estatal russa Gazprom cortou o fornecimento de gás para a Ucrânia no domingo. A Rússia queria aumentar em até 460% o preço do produto, proposta que a Ucrânia não aceitou.

Exportações para a União Européia e para a Ucrânia são feitas por meio dos mesmos gasodutos. A Rússia afirma que o governo da Ucrânia está roubando o gás da Europa.

Política

A Rússia afirmou que não teve escolha a não ser tomar esta medida depois que a Ucrânia se recusou a assinar um novo acordo aceitando um aumento imediato no preço do gás, de US$ 50 (cerca de R$ 116) para US$ 230 (cerca de R$ 536)por cada mil metros cúbicos de gás, que afirma ser o preço de mercado.

Os russos fornecem 30% do gás consumido pela Ucrânia e atendem à cerca de 25% das necessidades da Europa.

Hungria, Polônia e Áustria relataram queda em seus suprimentos de gás depois do corte. O Comissário de Energia do bloco, Andris Pielbags, disse que a crise está gerando preocupação.

A Gazprom, por sua vez, afirma que está enviando a quantidade suficiente de gás pela Ucrânia para atender seus compromissos com outros países.

A Ucrânia afirma que não está usando o gás russo que passa por seus gasodutos com destino a outros países, e que o corte dos suprimentos da Rússia não vai atingir os consumidores residenciais durante o rigoroso inverno.

Mas, o governo ucraniano alertou que os suprimentos para a indústria podem ser afetados.

O governo da Ucrânia insiste que o aumento no preço do gás tem motivações políticas, pois ocorre depois da chamada Revolução Laranja e a eleição do candidato pró-ocidente, Viktor Yushchenko.

Outros países que permanecem sob influência da Rússia continuam a receber gás a preços mais baixos que os praticados no mercado.

Yushchenko disse que a Ucrânia, atualmente, está preparada para pagar não mais do que US$ 80 por cada mil metros cúbicos de gás.

Ameaça

A Naftogaz, a estatal ucraniana do setor de gás, afirmou que a Rússia está ameaçando os suprimentos de gás da Europa.

"O gás não está fluindo por todas as rotas possíveis, o que pode levar a uma queda na pressão em todos os gasodutos e limitar o suprimento total de gás para a Ucrânia e a Europa", disse Eduard Zaniuk, porta-voz da Naftogaz.

A Ucrânia afirmou que tem direito de usar 15% dos suprimentos restantes nos gasodutos como pagamento pelo transporte do gás para a Europa Ocidental.

Na Hungria, a companhia de gás MOL afirmou que seus suprimentos procedentes da Rússia tinham caído 25%. O Ministério da Economia aconselhou os grandes consumidores a usarem fontes alternativas se possível.

O maior fornecedor de gás da Alemanha afirmou que o corte no fornecimento pode gerar problemas se a situação não for resolvida rapidamente. Polônia e Áustria já relataram queda em seus suprimentos.

Governos da União Européia estão organizando uma reunião de suas autoridades do setor de fornecimento de gás em Bruxelas, no dia 4 de janeiro, para discutir a crise.





Fonte: BBC Brasil

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