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Internacional
Sábado - 31 de Dezembro de 2005 às 23:10

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O Departamento de Justiça dos EUA abriu uma investigação oficial sobre o vazamento à imprensa de informações sobre um programa de escutas dentro do país, que foi implementado sem a aprovação prévia de um tribunal especial. Um funcionário do Departamento de Justiça disse hoje que "iniciou-se uma investigação sobre a divulgação não autorizada de materiais secretos relacionados à Agência de Segurança Nacional".

Essa agência, conhecida pela sigla em inglês NSA, é a encarregada da espionagem eletrônica fora dos EUA, mas desde 2002 está autorizada pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush - que não pediu permissão ao Poder Judiciário para isso - a escutar as conversas telefônicas e espionar o e-mail internacional de cidadãos americanos dentro do país.

A informação sobre o programa de escutas foi publicada em 16 de dezembro pelo jornal The New York Times, que indicou conhecer essas atividades há mais de um ano.

O jornal disse que as fontes de suas informações são funcionários e ex-agentes vinculados aos serviços secretos dos EUA, alguns dos quais mostraram dúvidas sobre a legalidade do procedimento autorizado por Bush.

Em entrevista coletiva três dias depois da publicação da informação, o presidente Bush qualificou a divulgação de alguns detalhes do programa como "vergonhosa" e prejudicial para a segurança nacional dos EUA.

O presidente insistiu que a lei que o autorizou a usar a força na luta contra o terrorismo após os atentados do 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington, também lhe deu poderes "inerentes" para esquivar-se do trâmite de um tribunal na autorização das escutas.

Bush disse, além disso, que se tratava de um programa limitado que havia se concentrado em pessoas que, estando dentro dos EUA, tinham contatos ou podiam tê-los com a rede terrorista Al Qaeda.

O NYT publicou, no último sábado, outro artigo no qual, citando sempre fontes não identificadas, afirmou que as escutas e espionagens afetaram milhares de pessoas.

A matéria também diz que a NSA usou os chamados "cookies" - pequenos programas de computador que se instalam no sistema de cada máquina que acesse determinados sites da Internet - e que aqueles que tenham "visitado" a página da NSA ficaram sujeitos à espionagem de suas outras andanças pela rede.

A NSA, com um orçamento de cerca de US$ 7 bilhões anuais, tem aproximadamente 30 mil funcionários, entre os quais há criptógrafos, lingüistas, matemáticos e especialistas em diferentes meios de comunicação.




Fonte: terra

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