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Internacional
Sábado - 31 de Dezembro de 2005 às 18:08

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Oito pessoas morreram e outras 45 ficaram feridas hoje ao explodir uma bomba em um açougue freqüentado por cristãos na cidade de Palu, capital da província central da ilha indonésia de Célebes.

Entre os mortos estão os donos da loja: o casal formado por Yopi e Memei, segundo o jornal he Jakarta Post.

O diretor da Polícia da província central de Célebes, Oegroseno, disse à rede de televisão Metro TV que se trata de "um ato deliberado para alterar as celebrações do Ano Novo".

Segundo algumas testemunhas, a explosão aconteceu por volta das 7h (22h de sexta-feira em Brasília) no interior de uma loja dedicada à venda de produtos de carne suína, alimento proibido para os muçulmanos. A clientela do estabelecimento era composta fundamentalmente por cristãos.

O lojista Effendi comentou que "se a bomba tivesse explodido uma hora mais tarde, teria causado mais vítimas porque seria durante a hora do rush de compras".

O agente Rawang da Polícia de Palu indicou que "muitas das vítimas têm ferimentos nas pernas devido aos estilhaços".

O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, condenou a explosão e ordenou a captura dos culpados, segundo comunicou seu porta-voz, Andi Mallarangeng, no palácio presidencial de Bogor, cidade situada cerca de 40 quilômetros ao sul de Jacarta.

"O presidente condena a bomba em Palu e ordenou a todas as autoridades pertinentes e ao Ministério de Assuntos Políticos, Legal e de Segurança que averigúem se a explosão tem alguma relação com outras explosões graves ocorridas em Poso (Célebes)", disse Mallarangeng.

A Polícia isolou a região, na qual há uma igreja a cem metros do lugar da explosão e uma casa usada como matadouro de porcos em frente ao açougue.

Nos últimos anos, a ilha de Célebes foi palco de numerosos atos de violência sectária entre as comunidades cristã e muçulmana.

Três estudantes de um colégio cristão na cidade de Poso, o segundo centro urbano em importância da província central de Célebes, foram decapitadas em outubro.

Duas bombas explodiram em 28 de maio em um movimentado mercado da cidade de Tentena, na região de Poso, causando a morte de 22 pessoas.

A rivalidade entre muçulmanos e cristãos nessa região da Indonésia também serviu de palco para o terrorismo islâmico.

Fontes policiais da Indonésia e de outros países do Sudeste Asiático disseram em várias ocasiões nos últimos anos que a organização Jemaah Islamiya, considerada o braço regional da Al Qaeda, tinha estabelecido acampamentos de treinamento em Célebes.

O Jemaah Islamiya é responsável pelos atentados na ilha indonésia de Bali em 2002 e 2005, que mataram 202 e 20 pessoas, respectivamente. A organização também colocou uma bomba no Hotel Marriott de Jacarta em 2003, que matou 12 pessoas, e detonou um carro-bomba na entrada da embaixada da Austrália em Jacarta, em 2004, matando 11.

A Polícia indonésia confirmou ontem que o terrorista malaio Noordin Mohammed Top, alto chefe do Jemaah Islamiya, está por trás do assalto a uma joalheria no início de dezembro na cidade de Yogyakarta, cerca de 450 quilômetros ao sudeste de Jacarta, no qual os assaltantes assassinaram os donos.

Na semana passada, os Governos dos Estados Unidos e da Austrália advertiram seus cidadãos residentes ou de visita na Indonésia sobre o risco de atentados terroristas no país durante as festas de fim de ano.




Fonte: EFE

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