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Internacional
Sexta - 30 de Dezembro de 2005 às 14:57

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O número de presos em greve de fome no campo da Baía de Guantánamo mais do que dobrou na última semana, disseram as autoridades americanas nesta quinta-feira. Há notícia de que 46 detentos aderiram ao movimento no dia 25 de dezembro, que passa a incluir 84 presos.

As autoridades militares americanas classificam como greve de fome a rejeição de nove refeições consecutivas.

Grupos de defesa dos direitos humanos contestaram no passado dados sobre detidos que estão recusando comida e buscaram saber se eles estão sendo alimentados à força.

Cerca de 500 prisioneiros ainda estão em Guantánamo. Vários deles foram capturados no Afeganistão, e alguns estão no campo há quase quatro anos sem acusação formal.

"O número de prisioneiros envolvidos no atual jejum, iniciado no dia 8 de agosto de 2005, costuma flutuar", disse um porta-voz de Guantánamo, Jeremy Martin.

Segundo ele, "no aniversário (dos ataques) de 11 de setembro, o número de grevistas atingiu 131".

O número de participantes do movimento diminuiu nas semanas seguintes até 25 de dezembro, quando voltou a subir, afirmou Martin.

O correspondente da BBC em Washington, Adam Brookes, disse que os militares americanos não dão nenhum detalhe sobre o estado de saúde dos grevistas.

Em nota oficial, o Exército disse que está fornecendo nutrição apropriada por sondas via nasal, um procedimento considerado alimentação à força, afirma Brookes.

Advogados de alguns dos detidos disseram que o objetivo da greve de fome é protestar contra a contínua prisão sem julgamento e contra as condições em que seus clientes são mantidos.

Ativistas pelos direitos humanos manifestam crescente preocupação com o tratamento de prisioneiros em Guantánamo.

Representantes da Organização das Nações Unidas - que tentam visitar o campo desde sua abertura, em janeiro de 2002 - rejeitaram formalmente um convite dos Estados Unidos em novembro por causa do grande número de restrições impostas.

O governo de George W. Bush negou alegações de abusos em Guantánamo, insistindo que não há tortura de prisioneiros.




Fonte: bbc Brasil

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