Repórter News - reporternews.com.br
20 mil escravos podem estar em vala comum no Rio
Uma reportagem publicada hoje pelo jornal britânico The Guardian relata o encontro de uma vala comum na favela da Providência, no Rio de Janeiro, onde se acredita estarem enterrados milhares de corpos de escravos africanos mortos durante os séculos XVII e IX.
"Quando os arqueólogos chegaram ao Cemitério dos Pretos Novos, na Gamboa, eles descobriram 5.563 fragmentos de ossos e dentes", diz a reportagem. "Especialistas dizem que até 20 mil corpos podem estar enterrados na área, a maioria deles de homens africanos com idades entre 18 e 25 anos e que morreram durante a viagem marítima de três meses ao Brasil ou logo após a chegada".
Para o jornal, o local, recentemente transformado em um museu ao ar livre pela Prefeitura do Rio, serve como "um lembrete amargo" do legado racista do Brasil. O ativista dos direitos dos negros Antônio Carlos Rodrigues, ouvido pelo jornal, compara os escravos enterrados no local aos milhares de jovens brasileiros mortos todos os anos na cidade nos conflitos relacionados ao narcotráfico - predominantemente afro-brasileiros empobrecidos entre 15 e 24 anos.
"Em nenhum lugar essa analogia é mais clara do que na Providência, a mais antiga favela do Rio", diz a reportagem. "A favela, fundada em 1897 por soldados sem-teto e escravos libertados, eleva-se sobre a vala comum da Gamboa e é dividida por uma escadaria construída por escravos. Nos degraus jovens traficantes, muitos deles negros ou pardos, perdem seu tempo sob o sol segurando walkie-talkies e com revólveres enfiados em seus calções".
O jornal cita um recente estudo da ONU que indica que os negros representam 63% dos setores mais pobres da sociedade brasileira. "Diante da pobreza e da grande divisão social, muitos jovens brasileiros se vêem forçados a morar em uma das 750 favelas da cidade ou mesmo a participar do tráfico de drogas", diz o jornal.
"Quando os arqueólogos chegaram ao Cemitério dos Pretos Novos, na Gamboa, eles descobriram 5.563 fragmentos de ossos e dentes", diz a reportagem. "Especialistas dizem que até 20 mil corpos podem estar enterrados na área, a maioria deles de homens africanos com idades entre 18 e 25 anos e que morreram durante a viagem marítima de três meses ao Brasil ou logo após a chegada".
Para o jornal, o local, recentemente transformado em um museu ao ar livre pela Prefeitura do Rio, serve como "um lembrete amargo" do legado racista do Brasil. O ativista dos direitos dos negros Antônio Carlos Rodrigues, ouvido pelo jornal, compara os escravos enterrados no local aos milhares de jovens brasileiros mortos todos os anos na cidade nos conflitos relacionados ao narcotráfico - predominantemente afro-brasileiros empobrecidos entre 15 e 24 anos.
"Em nenhum lugar essa analogia é mais clara do que na Providência, a mais antiga favela do Rio", diz a reportagem. "A favela, fundada em 1897 por soldados sem-teto e escravos libertados, eleva-se sobre a vala comum da Gamboa e é dividida por uma escadaria construída por escravos. Nos degraus jovens traficantes, muitos deles negros ou pardos, perdem seu tempo sob o sol segurando walkie-talkies e com revólveres enfiados em seus calções".
O jornal cita um recente estudo da ONU que indica que os negros representam 63% dos setores mais pobres da sociedade brasileira. "Diante da pobreza e da grande divisão social, muitos jovens brasileiros se vêem forçados a morar em uma das 750 favelas da cidade ou mesmo a participar do tráfico de drogas", diz o jornal.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/328314/visualizar/
Comentários